O preço do açúcar refinado subiu em Londres após o aumento dos preços do petróleo terem alimentado especulações de que o Brasil, o maior produtor mundial, deverá destinar uma fatia maior de sua safra para a produção de álcool, segundo operadores ouvidos pelas agências internacionais.
O preço do petróleo bruto subiu após seis países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), liderados pela Arábia Saudita, terem concordado em reduzir sua produção do combustível fóssil em cerca de 3,4% para conter uma queda nos preços que já dura dois meses. A Opep, formada por 11 países-membros, produz aproximadamente 40% do petróleo utilizado mundialmente. A cotação do açúcar refinado disparou 29% nos últimos 12 meses e alcançou o recorde de US$ 497 por tonelada em 12 de maio passado, em parte devido ao fato de os preços do petróleo terem disparado e alcançado seu recorde histórico.
Os contratos futuros de açúcar refinado subiram US$ 13, ou 3,4%, passando a valer US$ 395 a tonelada na bolsa de Londres. O açúcar tem subido nos últimos quatro pregões.
Os seis países-membros da Opep que prometeram reduzir sua produção em 1º de outubro – entre eles a Venezuela e a Nigéria – devem cortar sua oferta em 1 milhão de barris/dia, disse ontem Levi Ajuonuma, porta-voz da organização, às agências internacionais.
O petróleo para entrega em novembro subiu até US$ 1,33, ou 2,2%, passando a US$ 61,09 o barril após o fechamento do pregão de viva voz da Bolsa Mercantil de Nova York. O preço do petróleo bruto recuou 22%, a partir do recorde de US$ 78,40 alcançado em 14 de julho passado. A cotação do açúcar caiu 16% no mesmo período, também em parte devido à especulação de que o Brasil deve colher uma safra recorde.
Outro fator que influenciou a alta do açúcar foi especulação de que o declínio dos preços mundiais poderia levar a Índia a desistir de exportar parte de seu excedente do produto.