O presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocará foco nos combustíveis renováveis durante sua viagem a Pequim que começou ontem, na esperança de aliar-se à China no desenvolvimento de biocombustíveis, informou a revista chinesa Caijing. Lula chegou a Pequim ontem para uma visita de três dias ao país.
“Nós vamos focar nos combustíveis renováveis, especialmente o etanol e o biodiesel”, disse Lula à Caijing em uma entrevista na sexta-feira, quando questionado sobre suas prioridades nesta primeira visita. Os dois países em desenvolvimento já possuem fortes laços.
“O que nós queremos é que países como a China estabeleçam parcerias com o Brasil e a África, para nós produzirmos biocombustíveis e gerarmos mais empregos e renda”, afirmou Lula .
O Brasil tem promovido sua tecnologia do etanol na China, usando cana-de-açúcar. Mas, dada a escassez de açúcar no próprio país, a China não está considerando usar etanol à base de cana.
O Brasil também tem proposto exportar o combustível para a China, mas enfrenta fortes tarifas de importação e impostos sobre o consumo.
“Se você não tem terra para produzir mas precisa da energia, você pode financiar outros países que possam produzir para satisfazer as necessidades do seu mercado”, disse Lula. O Brasil é o único país no mundo onde cerca de 90 por cento de todos os automóveis são os chamados flex fuel – andam movidos a gasolina, a etanol ou a uma mistura de ambos.
Lula disse ainda que é possível que “outros acordos entre o Banco de Desenvolvimento da China e a Petrobras” serão assinados durante sua visita, de acordo com a matéria da Caijing. A revista não deu detalhes.
O Banco de Desenvolvimento da China assinou um acordo em fevereiro para conceder uma linha de crédito de 10 bilhões de dólares à estatal brasileira, em troca da concessão de
Moeda local
Especialistas acreditam que substituir o dólar ameri cano por reais e iuanes na relação comercial do Brasil com a China é uma proposta de muita importância política mas pouca viabilidade prática.
A ideia de conduzir as trocas em moeda própria foi levantada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a reunião do G-20 (grupo dos países ricos e principais emergentes) em Londres em abril. Na ocasião, o presidente Lula justificou a proposta afirmando que é preciso “criar novos mecanismos” para “não ficarmos tão dependentes do dólar”.