O presidente Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu o presidente norte-americano George W. Bush ao puxá-lo pelo braço em direção a empresários e autoridades presentes na cerimônia em que foi anunciada uma parceria entre os dois países na área de biocombustíveis.
Bush, trajando uma camisa quadriculada, e Lula, com uma jaqueta clara, desceram do palco em que discursaram, e quando o presidente dos EUA já se preparava para deixar o local, Lula o pegou pelo braço e o levou aos convidados. Os dois presidentes passaram pelo menos 10 minutos cumprimentando um a um os presentes.
Entre os convidados, estava o presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, porta-voz da eliminação da taxa de importação do etanol brasileiro cobrada pelos Estados Unidos, principal mercado do produto nacional. O imposto é de 0,54 centavos de dólar por galão.
– Se existir vontade política as coisas mudam, disse ele a jornalistas antes do início da cerimônia.
– A mudança não vai sair do papo do Lula com o Bush, mas o fato de estar sendo discutida é uma vitória.
Mais tarde, em entrevista ao lado de Lula, Bush disse que o fim da taxa não é possível.
Outro executivo presente, Rogelio Golfarb, diretor da Ford e presidente da Anfavea, a associação que representa os interesses das montadoras instaladas no Brasil, disse que a indústria automobilística “está consciente que o futuro é a diversidade maior de combustíveis”.
Atualmente, 83 por cento dos veículos novos já vendidos são equipados com motores bicombustível (álcool/gasolina, em qualquer medida). Um total de 2,6 milhões de carros já foram comercializados com este motor desde 2003, quando teve início, o que representa 12 por cento da frota nacional. O executivo da Ford prevê que em 2013 esta relação pule para 50 por cento.
Estavam no evento ainda os empresários Jorge Gerdau, sempre citado como ministeriável, Eugênio Staub (Gradiente), José Carlos Pinheiro Neto (GM) e o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues.