Em seu programa semanal de rádio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as acusações feitas dos países desenvolvidos, de que o uso mais intensivo do etanol (álcool) e do biodiesel levará à destruição da Amazônia e reduzirá a área disponível para cultivar alimentos. O que não vamos aceitar, outra vez, é o cartel dos poderosos do mundo tentando impedir que o Brasil se desenvolva, tentando impedir que se transforme numa grande nação, afirmou
Os comentários vieram na semana seguinte à visita do presidente à Europa, durante a qual os biocombustíveis foram a principal atração. Mas, enquanto os eventos oficiais eram pautados por gestos de boa vontade, com os europeus manifestando interesse em produzir biodiesel na África em conjunto com o Brasil, nos bastidores o que se viu foram os velhos mecanismos de protecionismo comercial em ação.
A União Européia já aplica sobretaxas ao etanol brasileiro, que encarecem o produto em cerca de 40%, e agora quer um certificado sobre as condições em que foi produzido. Já o biodiesel enfrenta resistências das montadoras européias.
É bem possível que os nossos adversários continuem levantando coisas contra o Brasil e nós temos que estar preparados, disse Lula. No programa, ele classificou como uma coisa totalmente descabida a acusação de que o etanol e o biodiesel vão reduzir a área disponível para o cultivo de alimentos.
Ora, seria preciso imaginar que o ser humano é irracional, disse o presidente. A primeira energia de que o ser humano precisa é a sua própria, ou seja, é se alimentar para ter forças para produzir a outra energia.