A americana Bunge conseguiu no último trimestre de 2013 reverter o prejuízo registrado um ano antes e apresentou ao mercado um lucro líquido de US$ 138 milhões, ante a perda de US$ 599 milhões na comparação trimestral. Os segmentos de agronegócio, ingredientes alimentícios e óleos comestíveis registraram um forte resultado que foi, em parte, “ofuscado” novamente pela operação sucroalcooleira, quase toda concentrada no Brasil.
O bom desempenho trimestral ajudou a elevar o lucro anual da Bunge em 2013 a US$ 306 milhões, 378% mais que em 2012 (US$ 64 milhões). O resultado operacional (Ebit) da americana foi positivo em US$ 396 milhões no trimestre – ante o prejuízo de US$ 423 milhões um ano antes – e alavancou o desempenho anual a US$ 1,329 bilhão, 111% acima do lucro operacional de 2012.
O segmento denominado “agribusiness” – carro-chefe da multinacional e que concentra os negócios com grãos – liderou a guinada dos resultados trimestrais. O Ebit dessa unidade alcançou US$ 346 milhões, 158% de crescimento em relação ao mesmo intervalo de 2012. No ano, esse segmento teve lucro operacional de US$ 1,008 bilhão, praticamente estável em relação a 2012.
Em comunicado, a Bunge explica que esse negócio teve margens “fortes” vindas do processamento de oleaginosas na América do Norte, Europa e China. Esse cenário positivo foi potencializado por uma robusta demanda e colheita na América do Sul.
O resultado operacional do negócio de açúcar e etanol da americana melhorou um pouco na comparação trimestral, mas ainda fechou no vermelho. Foi um prejuízo operacional de US$ 35 milhões, contra perdas de US$ 49 milhões no mesmo intervalo de 2012. No ano, esse negócio teve prejuízo operacional de US$ 34 milhões, ante Ebit negativo de US$ 118 milhões do ano fiscal 2012.
Em nota, o CEO global da Bunge , Soren Schroder, não escondeu seu descontentamento com o negócio sucroalcooleiro. Afirmou em nota que a empresa está “ativamente” engajada em “revisar a estratégia” para otimizar o valor desse negócio. Disse ainda, que está mantendo “consultores financeiros” para auxiliar nesse processo.
Os preços baixos do açúcar, a limitação de alta que o preço do etanol encontra no preço da gasolina no Brasil, além de quedas de produtividade agrícola da cana foram determinantes no resultado mais uma vez frustrante da operação.