O presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Eduardo Lopes, disse hoje que o agronegócio brasileiro obteve um “ganho substancial” com a liminar da Justiça Federal que, na quinta-feira, favoreceu o mandado de segurança impetrado pelo Sindamar. A liminar, assinada pelo juiz Décio Gabriel Gimenes, da 4ª.
Subseção Judiciária de Santos, determinou que os fiscais agropecuários do Porto de Santos, em greve desde o dia 28 de agosto, realizassem “todos os serviços necessários que estejam no âmbito de suas atribuições para a consecução das importações e exportações, efetuadas pelas empresas associadas ao sindicato”.
De acordo com Lopes, a decisão vem sendo cumprida e trouxe rapidez na atracação, embarque e desembarque de produtos agropecuários que são transportados nos porões dos navios, e citou as exportações de soja, milho e açúcar e a importação de trigo. “Antes da liminar, os fiscais federais disseram que só iam vistoriar um navio por dia, e os navios estavam ficando atracados, dois, três dias. Agora estão vistoriando no mesmo dia, ou senão imediatamente, liberam o navio”.
O fiscal Afonso Mastroianni, afirma que os fiscais do Porto de Santos estão atendendo a todas as liminares, porém continuam trabalhando com 60% do pessoal. Ele explica que a liminar do Sindamar trata basicamente da liberação de navios, ou seja, da vistoria dos porões e produtos transportados a granel.
Com isso, a situação dos terminais de contêineres continua complicada. “O espaço dos terminais está quase que totalmente ocupado”, disse o presidente do Sindamar. Na quinta-feira, o vice-presidente do sindicato, José Roque, afirmou que o volume de cargas importadas estava invadindo o espaço das exportações nos terminais de contêineres, que na ocasião estavam 90% lotados.