O veto da presidente Dilma Rousseff ao subsídio econômico destinado aos produtores de cana-de-açúcar nordestinos afetados pela seca ainda é lamentado. Líderes regionais apontam que a decisão tomada no dia 8 de maio complicou ainda mais as perspectivas do segmento. “Fornecedor pequeno não tem nenhum beneficio. É uma vergonha. Contávamos com este apoio haja visto a longa estiagem que enfrentamos ao longo do ano. Infelizmente, muitos vão quebrar”, explica Gerson Carneio Leão, presidente do Sindicape – Sindicato dos Cultivadores de Cana-de-Açúcar de Pernambuco.
Já Murilo Paraíso, presidente da Asplan – Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba, acredita que apenas uma solução em definitivo pode auxiliar os trabalhadores. “O povo nordestino não suporta mais essa agonia da seca, se repetindo ano após ano sem uma solução definitiva”.
Apenas na Zona da Mata, no último ciclo, um terço da produção foi perdida e 15% da nova já foi afetada com a morte de socarias. Na região, a cana-de-açúcar, que em média vive seis safras, está morrendo antes do tempo por conta do déficit hídrico no solo. “Investimentos em obras estruturantes são imprescindíveis para redução dos danos causados pela seca, principalmente na Mata Norte do Estado de Pernambuco”, aponta Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar de Pernambuco.