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Liberação de licenças para usinas produzirem etanol de milho em Mato Grosso são cobradas em fórum

Sérgio Bortolozo, presidente da Abramilho
Sérgio Bortolozo, presidente da Abramilho

A liberação de licenças que permitam usinas produtoras de etanol transformarem milho em biocombustível foi o principal ponto cobrado pelo setor produtivo do cereal em Mato Grosso na abertura do Fórum Mais Milho, que ocorreu em Cuiabá na manhã desta sexta-feira, 9 de dezembro.

O Estado deverá na segunda safra 2016/2017 produzir cerca de 26 milhões de toneladas, das quais cerca de 4 milhões de toneladas são consumo interno de Mato Grosso.

De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, hoje 1% do etanol produzido no Brasil vem do milho. Em Mato Grosso, 15% do biocombustível usado para abastecer os carros é etanol de milho.

“Precisamos de mais agilidade por parte do Governo de Mato Grosso em liberar as licenças e políticas de incentivo. Há usinas querendo se instalar aqui e não conseguem licenças”, pontuou Glauber.

Hoje, existem três usinas operando na produção de etanol através da cana-de-açúcar e de milho. São as chamadas usinas flex. Segundo Glauber Silveira, há duas usinas em construção, sendo uma em Lucas do Rio Verde e outra em Campo Novo dos Parecis, além de uma outra usina aguardando liberação de licenças em Vera.

“Queremos mostrar que há ganhos com agregação de valores”, afirma Glauber, lembrando que além do etanol se tem o DDG usado para ração animal.

O Fórum Mais Milho é promovido pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Abramilho e Canal Rural. Mato Grosso é o primeiro Estado a receber o projeto, que seguirá para outras unidades federativas para discutir soluções para a cultura.

O presidente da Aprosoja-MT, Endrigo Dalcin, salientou que conforme dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) Mato Grosso possui capacidade para armazenar 34 milhões de toneladas e que na safra 2016/2017 deve produzir cerca de 56 milhões de toneladas entre soja e milho.

O presidente da Abramilho, Sérgio Bortolozo, pontuou que o milho é a commoditie mais importante do mundo e que Mato Grosso é o maior produtor do Brasil.

Conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Ricardo Tomczyck, “temos condições de produzir milho e elevar essa produção. Nós como Governo temos que pensar na transformação e temos condições de transformar o cereal em biocombustível e proteína animal. Mato Grosso é um gigante, mas também precisamos estar atentos e dar condições para que o nosso produtor possa trabalhar e termos uma produção de forma sustentável”.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, observou que “podemos em Mato Grosso fazer 50 milhões de toneladas, contudo é preciso transformar em alimentos e em biocombustíveis, como é o caso do etanol. E, para isso é preciso de incentivos. É uma alternativa, inclusive, para momentos em que os preços atingem patamares de R$ 15,00”.

As informações são do CenárioMT.