Mercado

Leilões de energia e chuvas podem dar novo fôlego à indústria de base

img2427

O cenário do setor sucroenergético em 2012 pode ter sinais de recuperação após os leilões de energia nova realizados em outubro e com as melhores condições climáticas provocadas pelas chuvas. Essa é a conclusão de Marcelo Severi, gerente comercial do Grupo TGM, empresa fornecedora de turbinas, redutores e serviços para o segmento sucroenergético. “O ano já está terminando para a empresa com a consolidação de alguns projetos. Mas 2012 será um sinalizador para os próximos anos em função dos leilões e poderá ser um direcionador dos negócios para 2013 e 2014, ou um termômetro para os próximos dois anos”.

Para o executivo, apesar do cenário difícil que enfrenta o setor sucroenergético, principal mercado da empresa, 2012 poderá ser positivo principalmente se o leilão atingir até R$ 150,00/MW e se a chuva continuar, pois já se escuta que o setor poderá atingir a capacidade instalada no próximo ano. “Hoje as usinas estão com capacidade produtiva ociosa por falta de matéria-prima, mas se o cenário positivo se consolidar será ótimo porque não haverá ociosidade industrial nas usinas e isso abrirá espaço para novos investimentos ou brownfields com expansões”, revela.

Ele diz ainda que outro fator positivo para o futuro são os grandes grupos sucroenergéticos que trabalham com planejamento e que já enxergam a necessidade de aumentar essa capacidade produtiva em 2013. “Grupos como a BP e São Martinho não dependem dos recursos do governo e já têm planos de investimentos para os próximos três anos. Mas nossa expectativa é que concluam o plano de expansão em 2013, independente do clima ou preços nos leilões porque possuem compradores cativos e uma remuneração melhor”, diz

Apesar das expectativas, Severi não esconde que 2012 é um ano difícil. “Temos que aproveitar os poucos pedidos que existem, a concorrência agressiva e os preços mais baixos. A capacidade instalada das usinas está maior do que a quantidade de matéria-prima e os novos pedidos estão em stand by. A capacidade de encomenda do setor em relação a outros anos está em torno de 40%. Poderíamos atender novos pedidos com tranquilidade”, explica.

Segundo ele, apesar do governo disponibilizar dinheiro, o BNDES solicita muitas garantias que dificultam acesso a essas linhas de financiamento como por exemplo, a exigência de 150% do valor do projeto em garantia. “Quando o empresário vai atrás desse dinheiro fica difícil o acesso, além disso, muitos desses investimetnos não se pagam por causa dos preços baixos da energia e da menor expectativa de moagem. Isso tudo faz com que o empresário perca o interesse no negócio. Estudiosos dizem que dessa forma o empreendimento não pára em pé porque o retorno financeiro é mais longo do que se espera. Os novos investidores não têm atratividade para investir e quem vem de fora não vai arriscar esse retorno longo”, lembra.

De acordo com Severi, a grande esperança serão os próximos leilões de energia de outubro. “Se o leilão chegar a R$ 150,00/MW muitas empresas vão investir e implementar a exportação de energia, que já remunera e começa ficar atrativo”, finaliza.

img2428