Mercado

Leilão de energia afastou definitivamente risco de apagão em 2010, diz Tolmasquim

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse hoje que o resultado do leilão de energia promovido pelo governo na sexta-feira da semana passada silenciou os críticos e afastou definitivamente o risco de apagão em 2010. “Tecnicamente, há energia contratada para atender 100% da demanda até lá”, afirmou Tolmasquim, ressalvando que há pequenos complementos – de 1,2% e 4,5% da demanda total para 2008 e 2009, respectivamente – que devem ser atendidos em leilões de ajuste, provavelmente no ano que vem.

Apesar de apenas sete das 17 novas usinas hidrelétricas planejadas terem sido licitadas, das quais quatro foram parcial ou integralmente compradas pela Eletrobrás, Tolmasquim disse que a avaliação do leilão é positiva por causa da atração de novos agentes do setor privado que tradicionalmente não investiam em geração de energia, como a Alusa.

“As estatais não podem ser impedidas de construir seus projetos. O importante é que elas não têm nenhum privilégio e não estão expulsando os agentes privados”, comentou o presidente da EPE, estatal criada pelo Ministério de Minas e Energia, no novo marco regulatório, com a função de cuidar do planejamento do setor elétrico.

Tolmasquim afirmou que as novas usinas que estiveram perto de obter licenciamento prévio para entrar no leilão de sexta-feira poderão ser licitadas no primeiro semestre de 2006. No total, foram vendidos 3.286 megawatts médios de energia. A maior parte (1.391 MW médios) veio de térmicas movidas a gás natural. “O leilão foi um grande sucesso”, observou. “Agora vai ser muito difícil, para aqueles que falavam em racionamento, explicar essa possibilidade com toda a energia contratada até 2010”, reiterou.