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Lavouras precisam de mais chuva

A semana foi marcada por tempo instável, temperaturas elevadas e pouca chuva em todo o Estado. Apesar da passagem de uma frente fria sobre o Sudeste, as chuvas ocorridas em São Paulo foram insuficientes para alterar as reservas de água no solo. Apenas no Vale do Ribeira foram registradas chuvas acima de 10 milímetros. A temperatura oscilou bastante, com leve queda entre quarta-feira e quinta-feira, voltando a subir no fim semana. Em Presidente Prudente, Jaú, Mococa e Bebedouro, as máximas passaram de 27 para 36 graus, entre quarta e domingo.

As altas temperaturas elevaram as taxas de evapotranspiração, que ficaram entre 3 e 4,6 milímetros por dia durante a semana. Por isso, as reservas de água no solo reduziram-se rapidamente e, caso não chova na próxima semana, a redução da umidade do solo pode comprometer o desenvolvimento das lavouras semeadas recentemente, como milho, em Piracicaba, Tietê e Tatuí; algodão em Adamantina, e soja no Pontal do Paranapanema, onde o armazenamento de água no solo baixou mais de 20 milímetros nos últimos 15 dias, sendo importante a ocorrência de novas chuvas para que não haja prejuízos.

Reservas baixas – Permanecem críticas as condições na região noroeste de São Paulo. Em Votuporanga, as reservas permanecem abaixo de 1% da capacidade máxima de retenção – igual a 75 milímetros – e a semeadura das culturas anuais da safra de verão ainda não pôde ser iniciada.

A chuva necessária para tornar favorável a condição nessa região é de cerca de 100 milímetros durante uma semana. Já em Ribeirão Preto, Bebedouro e Pindorama, as perspectivas de elevação no nível de umidade do solo são um pouco melhores, e já há sinais de recuperação gradual nas reservas de água no solo, que hoje oscilam entre 5%, em Ribeirão Preto, e 28% em Pindorama. Os baixos níveis de umidade no solo prejudicaram o desempenho dos canaviais com colheita em setembro e outubro, antecipando o fim da safra da cana em Piracicaba, Capivari e Jaú.

Desde a semana passada, os trabalhos de corte das lavouras de cana estão encerrados nesses locais, e as soqueiras encontram dificuldades para rebrota por causa da baixa umidade do solo. A expectativa dos produtores é que o atraso na chegada das chuvas seja compensado por uma boa regularidade das precipitações a partir de novembro, permitindo que as lavouras de cana se recuperem. As temperaturas elevadas, associadas com a elevação da umidade do ar, causada pela chuva e pelo orvalho, favorecem a ocorrência de doenças fúngicas, exigindo atenção dos produtores nas lavouras de amendoim, feijão, café e das frutíferas em geral.

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