A chegada da La Niña, prevista para novembro, ainda preocupa muitos produtores. Isso porque, na safra 2015/2016, os eventos climáticos causados pelo El Niño prejudicaram muitas culturas e reduziram os resultados das lavouras brasileiras. No caso do café conilon, por exemplo, a produção está estimada em 9,4 milhões de sacas, queda de 16% na comparação com a safra anterior. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a redução se deve principalmente à seca e à má distribuição da chuva no Espírito Santo e Rondônia, principais estados produtores. Nesse cenário, os agricultores temem novas perdas por conta do clima na próxima temporada. Mas Patricia Madeira, meteorologista do Climatempo, afirma que as perspectivas são positivas para o setor.
Café, cana e frutas
A principal característica da La Niña é que ela influencia na redução do volume de chuva na região Sul e no aumento no Norte e Nordeste. Segundo a meteorologista, não estão previstos eventos climáticos severos. No Centro-Oeste e no Sudeste, o clima deve ficar dentro do esperado para as estações. “A tendência é que a produção de café não seja prejudicada, as temperaturas ficarão amenas durante o verão”, diz Patricia.
Nos próximos meses, o clima também não deve afetar as lavouras de cana-de-açúcar e a produção de frutas. “Na entrada do La Niña os efeitos serão brandos. Não há previsão de estiagem longa e nem excesso de umidade”, explica a meteorologista. Em fevereiro, é possível que o volume de chuva sofra redução, mas em março as precipitações devem voltar com mais força.
Segundo Patricia, as temperaturas muito altas, muito baixas e a falta de chuva ficaram no passado. Os produtores podem seguir o calendário agrícola para a safra 2016/2017 sem grandes preocupações. Mas, mesmo assim, a meteorologista orienta que os produtores consultem a previsão do tempo ao menos uma vez por semana para que seja possível se planejar para algumas irregularidades climáticas.