A consultoria Kingsman elevou em 2,18 milhões de toneladas, para 35,12 milhões de toneladas, sua estimativa para a produção de açúcar do Centro-Sul no ciclo 2016/17, que começa em abril. A projeção anterior, feita em dezembro, apontava uma produção de 32,94 milhões de toneladas.
Na visão da consultoria, que apresentou os números hoje em conferência que realiza em Dubai, haverá muita cana disponível na região e, as usinas tendem a maximizar a moagem. A tendência é de que seja estabelecido um recorde de moagem na próxima safra, ainda mais que há chances de este ano ser mais seco do que o ano passado.
“Se a próxima safra for mais seca isso pode significar um ATR [Açúcar Total Recuperável] mais elevado e, com o açúcar continuando a pagar melhor que o etanol, pode significar um mix mais açucareiro”, analisou a Kingsman no relatório. A previsão para 2016/17 é de um ATR, índicador que mede o teor de açúcar contido na cana, de 134,5 quilos por tonelada, acima dos 131,5 quilos previstos para 2015/16, safra que termina em 31 de março.
Para a produção de etanol no Centro-Sul em 2016/17, a Kingsman projeta um volume de 27,3 bilhões de litros, praticamente o mesmo de 2015/16 (27,4 bilhões), mas maior que o estimado em dezembro (26,9 bilhões de litros).
O mix para açúcar em 2016/17, em dezembro projetado em 43%, foi agora alterado para 44,20%. Em 2015/16, esse percentual foi de 40,81%.
A produção maior de açúcar no Brasil no próximo ciclo fez a Kingsman reduzir sua estimativa para o déficit mundial da commodity na safra global 2015/16, que vai até 30 de setembro. A nova projeção é de 4,86 milhões de toneladas, 400 mil toneladas menor que o déficit anterior, previsto em meados de dezembro, de 5,26 milhões de toneladas.
No relatório divulgado hoje, a Kingsman explicou que a redução se deveu principalmente à expectativa de maior produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil. A visão da consultoria é de que uma produção maior da commodity também ocorrerá na Rússia e na Austrália.
A redução de oferta em outros países, como Índia, Filipinas, Tailândia e Colômbia, não deve ser suficiente para compensar a alta de produção nas outras regiões produtoras.
Por isso, a estimativa da Kingsman é de uma produção mundial maior em 2015/16. O novo número é de 177,087 milhões de toneladas — ante as 176,738 milhões de toneladas previstas em dezembro.
Para o consumo mundial, a nova estimativa da Kingsman é de 181,945 milhões de toneladas, menor que as 182 milhões projetadas em dezembro.
O cenário de maior produção nos principais produtores globais também tende a afetar a próxima safra mundial da commodity, a 2016/17, que se inicia em 1º de outubro deste ano. A Kingsman reduziu para 7,21 milhões de toneladas as estimativas de déficit no próximo ciclo mundial. Na projeção anterior, a Kingsman havia estimado um déficit global de açúcar de 7,8 milhões de toneladas.
Fonte: (Valor)