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Justiça paralisa obras da usina de biodiesel da Agrenco em Caarapó

As obras de implantação do complexo industrial da Agrenco Bioenergia, em Caarapó, foram suspensas ontem por determinação do juiz Eduardo Lacerda Trevisan, atendendo a pedido de liminar feito pela promotora Fabrícia Barbosa Lima, numa ação civil pública. Após a notificação da decisão, a usina terá 15 dias para recorrer da sentença.

A decisão judicial foi cumprida ainda ontem por oficiais de Justiça, com a citação da empreiteira Egelte Engenharia Ltda, informou ao Correio do Estado a promotora. De acordo com o Ministério Público Estadual, a Agrenco possuía licença ambiental apenas para fazer o armazenamento de grãos, mas estava executando o projeto agroindustrial.

Segundo ainda a promotora, no dia 19 deste mês a indústria realizou uma audiência pública para apresentar o empreendimento, cujas obras já haviam começado na BR-163, nas proximidades de Caarapó, embora a autorização inicial fosse para serviços de armazenamento, secagem e beneficiamento de soja.

A promotora sustentou na ação que “o empreendimento está sendo construído dentro da cidade de Caarapó e sem licença prévia e de instalação. Não bastasse, a audiência prévia foi realizada pelos acionados e o Imap somente após o início da construção da malfadada usina de biodiesel, e ainda sem que houvesse qualquer explanação acerca do Estudo de Impacto Ambiental e respectivo relatório, o que a torna nula”.

Segundo Fabrícia Lima, “houve flagrante afronta ao princípio ambiental referente ao direito à informação e participação popular nas questões ambientais”. Na sentença assinada ontem, Trevisan estipulou uma multa diária de R$ 50 mil para o caso de descumprimento da sua decisão liminar.

Eduardo Trevisan determinou ainda que a usina, com base em resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), realize uma nova audiência pública e apresente em juízo, no prazo de 48 horas, o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima).

A promotora alertou ontem que o Ministério Público Estadual e o Judiciário “também defendem o combate à queima no que concerne à usina de álcool cuja instalação foi anunciada, também em Caarapó, sendo que providências serão adotadas neste sentido, sob pena de criar-se uma situação catastrófica e irreversível à coletividade”. O grupo paulista Nova América está implantando uma usina de açúcar e álcool naquele município.