Confiante na recuperação da renda no campo, Agrenco amplia crédito ao produtor. A combinação de juros baixos e preços remuneradores podem compensar os efeitos negativos do câmbio sobrevalorizado, segundo análise do presidente da Agrenco, Antonio Iafelice. Para ele, esse é o cenário que deverá prevalecer por um longo período, com impacto positivo para o Brasil e o setor agropecuário. Outros fatores deverão contribuir para que o setor obtenha bons resultados, aposta.
Iafelice destaca o suporte oferecido pelo governo para compensar os custos elevados arcados pelos produtores de regiões mais distantes dos portos e dos centros de consumo. Mas, os preços remuneradores virão da repentina mudança dos fundamentos do mercado de grãos, cujo destino, além da alimentação humana, passou a ser também a produção de energia. O empresário acredita que a demanda por grãos, assim como pela cana-de-açúcar, deverá orientar o mercado no curto e no médio prazo.
Iafelice se referiu ao Prêmio de Escolamento de Produto (PEP), que complementa a renda do produtor sempre que os preços dos produtos agrícolas caem para níveis abaixo de um determinado piso. “O governo aprendeu que qualquer ajuda oferecida ao setor, os recursos voltam favorecendo a economia nacional”. O presidente da Agrenco aprova a política de ajuda do governo ao campo. Acredita que, com ela, o País ganhará muito e ajudará a distribuir melhor a renda.
Iafelice está otimista quanto aos resultados a serem alcançados pela economia nacional. Acha que, com o bom desempenho da atividade agrícola e o avanço das exportações, os resultados das contas públicas deverão ser ainda melhores. Para o empresário, as reservas cambiais nos próximos anos deverão aumentar em pelo menos 50%.
Captação
Com a intenção de participar do avanço na agricultura e com o esperado ganho de renda dos produtores, o Grupo Agrenco, que além de processador de grãos, se classifica como um prestador de serviços integrados para o agronegócio, informou ontem que fechou operação para captar US$ 100 milhões no mercado internacional.
A operação foi montada pela Finacom, braço financeiro do Grupo Agrenco. Segundo informação divulgada pela empresa, é um empréstimo sindicalizado liderado pelo alemão Deutsche Bank. “Os recursos serão usados principalmente no pré-financiamento da produção de soja e milho no Brasil. Decidimos buscar recursos no exterior porque assim o dinheiro chega a um custo mais competitivo para o agricultor brasileiro”, diz Iafelice.
A oferta de crédito atraiu instituições financeiras que tradicionalmente não operam no agronegócio na América Latina, acrescenta a empresa. Como se trata de empréstimo com prazo de três anos, a Agrenco garante a oferta de crédito pelas próximas três safras. O empresário diz que o financiamento dos produtores é uma antiga prática adotada pela empresa, que não chegou a ser afetada pela inadimplência de forma expressiva”.