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Jovem paraguaio carrega sua história de vida na bagagem

Fernando Campos Codas, gerente assistente da Azucarera Iturbe, do Paraguai, é um jovem empreendedor com muita vontade de crescer no setor sucroalcooleiro. Desde a infância viveu na empresa de sua avó, Sara Friedmann. Hoje, é o “braço direito” do pai e no futuro pretende tocar os negócios da família.

Durante a Fenasucro visitou o estande do JornalCana e contou sua história de amor pela Usina. “Hoje ajudo meu pai, mas sempre estive ligado à empresa”.

Aos 20 anos, cursa o segundo ano de administração de empresas e diz que a distância nunca foi problema para chegar a Usina que fica em Iturbe, já que sempre morou em Assunción. “Minha avó viveu na Usina por 10 anos e sempre passava férias na casa dela, nesta época eu tinha 7 anos. Também sempre pedia para meu pai me levar lá nos finais de semana, mesmo morando há 200 km de Iturbe”, diz.

Outro aspecto que chama a atenção na vida de Fernando é a proximidade com os colaboradores da Azucarera. “Quando era criança, tinha prazer em acompanhar os caminhoneiros nos treminhões de cana na lavoura. Adorava passear nos caminhões e voltava sempre três horas depois. Também gostava de dirigir trator e transbordo. Sempre pensava em ir correndo para a Açucareira”, lembra.

Dos oito primos, o único que se interessou pela vida no campo foi Fernando. Filho único, pensou até em estudar agronomia na Esalq de Piracicaba, mas desistiu por ficar longe da família e de sua doce paixão, a Iturbe.

“Sofro junto com a empresa, às vezes nem consigo dormir quando há problemas. Vivo pela Usina, este trabalho me faz feliz”, enfatiza.

O jovem está otimista com o futuro. “Tenho auxiliado meu pai, principalmente com as exportações. Tenho muitos planos para o futuro, espero terminar a faculdade e trabalhar duro na empresa. Quero ajudar a Usina a crescer e morar lá”, finaliza.

Iturbe quer agregar valor ao açúcar

A paixão do jovem pela Azucarera Iturbe não pára por aí. Apesar de Ter uma queda pela área agrícola, é capaz de falar com detalhes de cada etapa do processo industrial e apontar números precisos da empresa.

Fernando conta que a Azucarera tem um projeto muito interessante para 2005. Trata-se de uma fábrica de geléias orgânica de morango, abacaxi e batata doce, que vai agragar valor ao açúcar orgânico. “Já temos interesse dos Estados Unidos e da Europa”.

Na época era criança, mas se lembra que em 1995 a empresa adquiriu um equipamento americano que capta CO2, para revender às fábricas de refrigerantes.

Sua memória não falha, pois se lembra também que a Usina possui equipamentos brasileiros como aquecedor, decantador, filtros, evaporadores, cozedores, cristalizadores, ensacadeiras e também da área agrícola. Agora pretende automatizar seis ternos de moenda e duas caldeiras e tem interesse nas técnicas de fertirrigação brasileira.

O estudante diz que a safra da Iturbe iniciou na segunda quinzena de maio e termina no dia 15 de dezembro, sendo moídas diariamente 1,8 mil toneladas de cana, com uma produção de 28 mil toneladas de açúcar, onde 15 mil toneladas serão de açúcar orgânico para exportação, principalmente para a empresa americana Flórida Crystals”, afirma.

Este ano a unidade pretende plantar 10 mil ha de cana orgânica para somar aos 1,5 mil hectares existentes. E já em 2004, a unidade pretende moer 2,5 mil toneladas/dia.

A empresa produz cerca de 3,4 milhões de litros de álcool total, mas a produção de álcool anidro começará em setembro, terminando no mês de março de 2004.