A BP Bunge Bioenergia, nascida oficialmente nesta segunda-feira (22/07), terá o controle 50% com a americana Bunge e 50% com a britânica BP.
Em comunicado, a BP destaca que a combinação aumentará os seus negócios em biocombustíveis em mais de 50%.
Escala mundial
A BP combinará seus negócios brasileiros em biocombustíveis e bioeletricidade com os da Bunge.
De acordo com a empresa, essa combinação criará uma empresa de etanol a partir da cana-de-açúcar em escala mundial e altamente eficiente no Brasil.
O etanol produzido a partir da cana-de-açúcar é um dos biocombustíveis mais eficientes em termos de emissões de carbono disponíveis globalmente.
Segundo o comunicado, esse etanol emite cerca de 70% menos gases de efeito estufa em seu ciclo de vida em relação aos combustíveis de transporte convencionais à base de hidrocarbonetos.
O Brasil é o segundo maior e mais integrado mercado mundial de etanol como combustível de transporte, com previsão de rápido crescimento da demanda.
A maioria dos veículos no país – cerca de 70% – já é capaz de rodar com etanol, e a demanda do país pelo biocombustível deve crescer cerca de 70% até 2030.
“Este é mais um grande exemplo do compromisso da BP em desempenhar um papel de liderança em uma transição rápida para um futuro de baixo carbono. Os biocombustíveis serão parte fundamental nessa transição energética e o o Brasil já está assumindo a liderança ao demonstrar como eles podem ser usados em larga escala para reduzir as emissões no setor de transportes. Esta combinação criará novas possibilidades para melhorar a eficiência e o crescimento futuro neste mercado chave”Bob DudleyChief Executive do Grupo BP
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Quem estará à frente da BP Bunge Bioenergia
Negócios
De acordo com o contrato, a BP e a Bunge contribuirão seus negócios existentes no Brasil em biocombustíveis, bioeletricidade e açúcar.
Na conclusão, a BP pagará à Bunge US$ 75 milhões, sujeito a condições habituais de fechamento.
Por sua vez, a joint venture assumirá US$ 700 milhões de dívidas provindas dos ativos da Bunge.
Ainda sujeito ao cumprimento de condições contratuais.
Assim como à obtenção das autorizações necessárias pelas agências reguladoras, espera-se que o acordo seja concluído no quarto trimestre de 2019.
Até lá, cada empresa continuará atuando de forma isolada e independente.
Após a conclusão, o objetivo é que a BP Bunge Bioenergia gere sinergias operacionais e financeiras significativas.
Por fim, isso se dará por meio de eficiências de escala e aplicação das melhores práticas, tecnologias otimizadas e capacidades operacionais em todos os ativos do novo negócio.
Butamax
O acordo inclui somente os negócios de etanol, açúcar e bioeletricidade da BP e da Bunge no Brasil.
Finalmente, exclui, por exemplo, a participação da BP em sua joint venture Butamax.
E também exclui as participações da Bunge em ativos de etanol de milho fora do Brasil.