A John Deere Brasil amplia e moderniza a unidade de pintura através do processo E-Coat, sistema por eletrodeposição, que atende às exigências dos mercados nacional e internacional e se insere nos padrões mundiais da Companhia. O método consiste em aplicar a pintura carregando as partículas de pigmentos suspensas em água, que são depois depositadas nas peças por meio de um fluxo de corrente elétrica. O processo aumentará a capacidade da fábrica de Horizontina em 42% na produção de colheitadeiras, e 60%, na de tratores. O sistema é executado no novo prédio construído em uma área de 8.631m², com investimentos em infra-estrutura e equipamentos que superam US$ 12,5 milhões.
Entre as vantagens, o E-Coat permite melhor proteção ao equipamento contra a corrosão de bordas devido ao aumento da uniformidade e espessura do filme aplicado nessas áreas, eleva a qualidade da pintura, resultando em uma camada extremamente uniforme em toda a superfície da peça. Apesar de o cliente não perceber diferença na performance da tinta, o método aquoso evita os perigos de incêndio.
No item produtividade, o E-Coat confere economia de tinta. Com o uso de equipamentos de ultrafiltração e o sistema fechado de lavagem após a eletropintura, o aproveitamento é de quase 100% da tinta. O processo igualmente possibilita a montagem do conjunto de várias peças, o que não ocorre atualmente devido à impossibilidade de acesso a certas partes.
O zelo ao meio ambiente também é considerado pelo método, formatado com tinta à base de água. Há uma redução em 92% no uso de solventes orgânicos que provocam danos à natureza e 48% de quantidade de borra gerada.
Unidade de Horizontina no padrão mundial da Deere
O E-Coat – novo sistema de pintura por imersão via eletrodeposição – da unidade de Horizontina, traz grandes vantagens para o meio ambiente, já que a formulação da tinta é livre de metais pesados e à base de água, reduzindo positivamente o impacto na cadeia, pois gera menos poluentes.
A nova unidade de pintura agrega benefícios à exportação já que as máquinas ficam expostas à maresia durante a travessia para a Europa, numa viagem que leva 40 dias. A tinta recebida pelo novo sistema garante maior proteção à corrosão, maior resistência a riscos e maior durabilidade. Também garante proteção em todos os pontos das máquinas, pois as peças são montadas e soldadas antes de serem pintadas, em módulos.
Com tecnologia de ponta, o E-Coat da John Deere Brasil, em 5 minutos de imersão, pinta até 240 m². Para se ter uma idéia do que isso significa basta dizer que a carroceria de um carro popular possui em média 60 m² e o E-Coat da John Deere Brasil permite pintar quatro deles a cada cinco minutos, ou 34 por hora.
Outras vantagens:
· Impacto ergonômico positivo: os sistemas transportadores eliminaram pessoas puxando carro com as partes;
· Redução na perda de tinta;
· Redução em 80% nos resíduos gerados;
· Melhora o aspecto visual e a proteção também das peças de reposição.
Como funciona um sistema de pintura por eletrodeposição :
O processo de pintura por eletrodeposição é constituído por 04 etapas:
Pré-tratamento:
Os objetivos principais desta etapa são:
Limpeza do substrato para remover os resíduos oleosos, poeiras, ferrugem e outros contaminantes;
Fosfatização, que oferece a otimização da proteção anticorrosiva e ancoragem da pintura;
Remoção dos resíduos químicos para evitar a contaminação do banho E-Coat.
O sistema de pré-tratamento adotado na John Deere Brasil é constituído por 10 estágios e a aplicação é feita por imersão.
Banho de Eletroforese
É onde ocorre a pintura das peças.O banho é constituído por água deionizada (80 a 90%) e tinta (10 a 20% de sólidos);
A espessura do filme de tinta é regulada através da tensão aplicada.
Além do tanque de tinta, esta etapa possui os seguintes componentes:
· Sistema de circulação – mantém o banho sob constante agitação, evitando a sedimentação dos sólidos em suspensão no meio aquoso;
· Sistema de filtração – que tem por finalidade remover as partículas de impurezas contidas no banho;
· Sistema de ultrafiltração – produz a solução de “permeato” que serve para lavar as peças após a aplicação, alimentando os estágios de pós-enxágue. Em circuito fechado, o permeato recupera a tinta não eletrodepositada arrastada pelas peças;
· Sistema de anolito – remove através de eletrodiálise, o excesso de acidez gerada no banho durante a eletrodeposição;
· Sistema de resfriamento – deixa estável a temperatura do banho.
· Retificador – alimentação elétrica do sistema que transforma a corrente alternada para corrente contínua.
Enxágües Pós E-coat
Os estágios de pós enxágüe promovem a remoção dos resíduos de tinta eletroforética aderida mecanicamente nas peças, conferindo melhor aparência nas peças e promovendo a economia de tinta.
Cura
A pintura E-coat requer aquecimento do filme aplicado para que ocorra o processo de cura. O tempo e temperatura variam de acordo com a tinta utilizada e influenciam no grau de cura, cor e aspecto do filme.
A tinta utilizada na John Deere Brasil é caracterizada como sendo de baixa cura, isto é, possui temperatura de cura em torno de 130 ºC. O aquecimento é feito através de gás do tipo GLP.