A produção de cana-de-açúcar da temporada 2011/12 no centro-sul do Brasil não deverá cair abaixo de 540 milhões de toneladas, em contraste com a projeção feita pela Unica, de 533,5 milhões de toneladas, disse o diretor executivo da consultoria Job Economia, Julio Maria Borges, nesta quinta-feira.
A estimativa da Unica, entidade que reúne as usinas do centro-sul, ou 90 por cento da safra de cana do Brasil, está no intervalo inferior das expectativas para a região, entre 535 e 540 milhões de toneladas, sinalizando que o Brasil teria sua primeira queda anual na produção de cana em uma década.
Diversos analistas reduziram suas previsões para a produção de cana e etanol do Brasil, devido à combinação de problemas climáticos com o envelhecimento dos canaviais.
Entrentanto, Borges vê 540 milhões de toneladas como o menor volume possível, considerando um crescimento de 3 a 4 por cento na área plantada, para 7,2 milhões de hectares, com os produtores respondendo aos preços mais altos.
Notícias Relacionadas
Embora ele tenha afirmado que reduziu também a sua estimativa de produção de cana, revelou que manteve inalterada sua expectativa de produção de açúcar em 33,5 milhões de toneladas, uma vez que as usinas estão preferindo produzir a commodity, mais lucrativa que o etanol.
Ele também disse em entrevista à Reuters que a produção de etanol no centro-sul não deve cair abaixo de 24 bilhões de litros, e que a produtividade da cana não deve ser menor que 75 toneladas por hectare.
Segundo o consultor, a previsão para o etanol indica uma uma queda em relação à expectativa inicial, de 24,9 bilhões de litros, e também contra os 25,5 bilhões de litros na temporada passada.
Ele afirmou que a produtividade agrícola no cenário mais pessimista seria de 75 toneladas por hectare em 11/12, contra um rendimento normal de 85 toneladas, e também em queda ante 81 toneladas de 10/11.
