O Japão está implantando suas primeiras primeiras bombas de combustível E 3, que inclui 3% de álcool na gasolina. A distribuidora independente japonesa Gaia planeja levar o álcool combustível a todos os seus cerca de 4 mil postos por todo o Japão nos próximos 8 anos.
A informação é de Kenji Kawano, presidente da Consultoria Kenbridge Research Institute, de Brasília, DF. Kenji tem se revelado como uma espécie de ponte entre o governo e o empresariado japonês e políticos e empresários brasileiros quando o assunto é álcool, sobretudo para o Japão, ou mesmo a China.
“O governo está entendendo que o próprio Japão é a porte de entrada de produtos para a China, porque a maioria dos investimentos na Chinaé feita pelos japoneses”. Kenji desmonta a crença de que Japão e China são inimigos. “Já foram. Hoje, são grandes parceiros comerciais”.
Kenji Kawano informa que atualmente quatro tradings japonesas já compram álcool do Brasil. Trimestralmente cada trading está embarcando para o Japão um navio de 30 mil toneladas de álcool. Isto equivale em um ano a 480 milhões de litros de álcool brasileiro que já tem sido comprado pelo Japão”.
E os números tendem a crescer, na opinião do especialista, não necessariamente na compra de álcool apenas. Kawano informa que os japoneses estão formando joint ventures com os brasileiros. Investem em uma unidade produtora de álcool numa espécie de associação, financiam a produção, e, a partir do aumento de escala obtêm acesso ao processamento. Ganha o investidor japonês, que garante a qualidade e entrega do seu produto e ganha a unidade brasileira, que cresce com dinheiro injetado a partir do exterior.
A Nedo – New Energy Development Organization, organização governamental japonesa que cuida da energia de biomassa no País, está autorizando a mistura inicial de 3% de álcool na gasolina. Isto representa em termos de Japão consumo de 1,8 bilhão de litros/ano, o que equivale a algo em próximo de 12% da produção atual brasileira de álcool combustível, que gira em torno de 14 bilhões de litros.