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Itamarati quer investir R$ 700 milhões em usina

A Usinas Itamarati , com sede em Nova Olímpia (MT), anunciou ontem um investimento da ordem de R$ 700 milhões para a construção de sua segunda usina de açúcar e álcool no Mato Grosso do Sul. O investimento será feito em parceria com outros grupos, disse ao Valor Alexandre Elgarten, diretor-financeiro da usina.

A nova usina deverá entrar em operação na safra 2008/09, com uma capacidade total para moer 4 milhões de toneladas de cana. Elgarten informou, contudo, que na primeira fase do projeto a nova planta deverá moer entre 1,5 milhão e 2 milhões de toneladas.

Ontem, os executivos da Itamarati protocolaram o projeto de construção da usina na Secretaria de Produção e Turismo do governo do Mato Grosso do Sul. A empresa não divulgou o local de instalação da planta. “O Estado tem um potencial de expansão neste setor”, disse Elgarten.

O governo do Estado tem um programa de expansão para o setor sucroalcooleiro, com a construção de novas usinas. Hoje o Estado conta com dez unidades produtoras de açúcar e álcool.

“Esse projeto será feito com outros investidores”, disse Elgarten. O executivo também não quis divulgar o nome dos futuros parceiros, mas afirmou que a empresa está em negociações com grupos nacionais e estrangeiros.

Um dos maiores produtores de açúcar e álcool do país, a Usinas Itamarati processou na safra 2005/06, encerrada em abril passado, cerca de 5,1 milhões de toneladas de cana. A estrutura da usina tem capacidade para moer cerca de 6,2 milhões de toneladas. A produção de açúcar ficou em 286 mil toneladas e a oferta de álcool em 261 milhões de litros. Para o atual ciclo, o grupo pretende moer praticamente os mesmos volumes de 2005/06.

Controlada pela empresária Ana Cláudia de Moraes, filha do empresário Olacyr de Moraes, ex-“rei da soja”, a Usinas Itamarati passou há pouco tempo por um processo de reestruturação acionária e também financeira.

Atualmente, a consultoria ALTM responde pelo projeto de expansão da companhia. Nos últimos meses, a consultoria participou do processo de reestruturação do endividamento da empresa, que segundo Alexandre Elgarten, já está concluído.

O executivo afirmou que a empresa continua com a estratégia agressiva para vender açúcar no varejo na região Sudeste do país. Líder no Centro-Oeste, com a marca Itamarati, o grupo atua desde o fim do ano passado no mercado do Rio de Janeiro. “Já temos 6% de participação no varejo carioca”, disse.

Para avançar no Sudeste, o grupo construiu uma fábrica de beneficiamento e embalagem de açúcar em Piraí (RJ). Essa fábrica tem capacidade para processar 3 mil toneladas de açúcar por mês. “Estamos pensando em ampliar a capacidade de beneficiamento deste unidade”, disse Elgarten.

O Rio de Janeiro é considerado um mercado estratégico para as usinas com estratégia voltada para o varejo, uma vez que o Estado tem pouca tradição na produção de açúcar, mas é um forte mercado consumidor do produto.