

Em reportagem publicada nesta semana, a revista ‘IstoÉ’ critica a resposta tardia do governo à demanda das usinas de etanol. O pacote de bondades anunciado pela presidente Dilma Roussef e pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) são insuficientes para compensar os prejuízos causados ao setor. O fato é que, no momento em que o governo anuncia uma renúncia fiscal de R$ 970 milhões e um crédito de R$ 6 bilhões com juros reduzidos para a renovação de plantações, os empresários canavieiros se veem frente a frente com um acúmulo de dívidas que dificilmente lhes permitirá o acesso ao crédito subsidiado.
O alerta não é recente. Desde o ano passado, as usinas vinham se queixando de que nada adiantaria a liberação de crédito por parte do BNDES se os bancos autorizados para operar o financiamento não facilitassem os empréstimos aos produtores. Foi o que ocorreu.
O resultado é a quebradeira. Somente neste ano, de acordo com a Unica – União da Indústria da Cana-de-Açúcar, 12 das 401 empresas produtoras de etanol combustível deixariam de operar. Antes, 40 já haviam decretado falência.
O que os usineiros reivindicavam era a manutenção da bandeira do combustível ecológico e da independência energética brasileira anunciada durante a administração do presidente Lula. Ficou na promessa. A crise foi instalada depois que o governo decidiu manter a gasolina em preços abaixo do mercado sob a justificativa do controle da inflação. Hoje, o etanol, segue mais barato que a gasolina, mas está longe de ser competitivo, já que seu rendimento (quilometragem por litro) ficou aquém de seu concorrente. Só se torna compensador onde há desconto de ICMS – caso de São Paulo. Nos outros estados, a matriz energética deixou de ser atrativo para a frota de carros flex, ainda que paradoxalmente a produção nacional, entre 22 e 27 bilhões de litros por ano, seja insuficiente para abastecer a frota.
Os R$ 4 bilhões que o governo pretende injetar no setor a juros mais baixos (caíram de 8,5% para 5,5% ao ano), com o objetivo de renovar os canaviais não chegará a tempo de socorrer a indústria. Ao menos 30% das usinas, segundo a UNICA, não conseguirão captar os empréstimos porque estão endividadas.
Diz Maurílio Biagi, presidente do conselho da Usina Moema Açúcar e Álcool e do Comitê de Agroenergia e de Biocombustíveis da Sociedade Rural Brasileira: “Um investidor que vai aplicar em energia renovável faz uma projeção de pelo menos 20 anos. É preciso uma definição mais clara do que o governo espera da matriz energética, e estabelecer estratégias para o etanol e a gasolina”.
Este e outros temas estarão em debate na 10ª edição da Feira Metal Mecânica, entre os dias 24 e 27 de julho no Parque de Exposições de Maringá. Promovida e organizada, a partir deste ano, pela Diretriz Feiras e Eventos, a Metal Mecânica deve reunir pequenas, médias e grandes empresas em um ambiente propício para a realização de negócios, para o intercâmbio tecnológico e para a visitação profissional e qualificada.
Mais informações no site www.feirametalmecanica.com.br.