A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos automóveis não se refletiu no aumento das vendas dos carros em agosto, primeiro mês de vigência das novas alíquotas.
As vendas de automóveis e comerciais leves no atacado (das montadoras para as concessionárias) caíram 1,5% em agosto em relação ao mesmo mês de 2001. Foram vendidas 122,3 mil unidades em agosto, contra 124,1 mil de igual mês do ano passado.
Esses dados deverão ser divulgados hoje pela Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores). De acordo com o que a Folha apurou, esses números foram considerados decepcionantes pelas montadoras e concessionárias. O mês de agosto é considerado tradicionalmente um dos melhores do ano para a venda de automóveis.No ano passado, as vendas de agosto já tinham sido muito ruins, em razão do racionamento de energia e da crise da Argentina.
As montadoras e concessionárias também confiavam num resultado melhor com a redução das alíquotas do IPI, o que acabou não acontecendo.O problema, de acordo com o que a Folha apurou, é que a diminuição do IPI foi maior para os carros médios -de 25% para 16%. Já para os carros populares, os mais vendidos, a diminuição foi muito pequena, de 10% para 9%. Por isso, a queda no IPI praticamente não gerou efeito na venda de automóveis.Em relação a julho deste ano, as vendas de automóveis e comerciais leves no atacado cresceram 14,2% em agosto. Em julho, as vendas tinham somado 107,1 mil unidades.
Nos primeiros oito meses do ano, as vendas de automóveis e comerciais leves somaram 907,8 mil unidades, uma queda de 17,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros oito meses de 2001, as vendas havia sido de 1,1 milhão de unidades. De acordo com o que a Folha apurou, as montadoras, faltando apenas quatro meses para o encerramento do ano, vêem poucas chances de as vendas de 2002 superarem o resultado de 1,5 milhão do ano passado. Já entre as quatro maiores montadoras, a Fiat foi a que obteve o melhor resultado em agosto, com 30,3 mil unidades vendidas. Em segundo, veio a Volks, com 28,1 mil; em terceiro, a GM, com 26,8 mil; e em quarto, a Ford, com 13,8 mil. (Folha de SP)