Além da queda de 2,16% nas contas de energia elétrica, que tirou 0,09 ponto percentual do IPCA de fevereiro, o recuo de 15,83% nas passagens aéreas também contribuiu para amenizar a inflação do mês, cortando outro 0,08 ponto do índice de preços, que subiu 0,90% em fevereiro. Um mês antes, teve alta de 1,27%, mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro de 2015, o IPCA subiu 1,22%.
O resultado de fevereiro ficou abaixo da média de 0,98% estimada por 17 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data. O intervalo das estimativas era de 0,92% a 1,08%. Com isso, o IPCA acumula alta de 2,18% nos dois primeiros meses do ano. No mesmo período de 2015, o acumulado foi de 2,48%. Em 12 meses, o índice avançou 10,36%, abaixo da expectativa dos analistas, que previam 10,45%.
O comportamento da conta de luz se deve à redução no valor da bandeira tarifária vermelha, que passou de R$ 4,50 para R$ 3,00 por cada 100 kilowatts-hora consumidos, a partir de 1º de fevereiro. Em março, a bandeira muda novamente, para a cor amarela, o que deve provocar um novo recuo na conta, já que o valor adicional nas contas cai de R$ 3 para R$ 1,50 a cada 100 KWh. Vale mencionar que o sistema das bandeiras tarifárias é um modelo de cobrança do gasto com usinas térmicas, que está em vigor desde o dia 1º de janeiro de 2015.
A queda na conta de luz ajudou o grupo habitação a registrar deflação de 0,15% em fevereiro, após alta de 0,81% um mês antes.
Na outra ponta, na lista de altas mais importantes no IPCA, apareceram cursos regulares, que subiram 7,43% e foram a maior contribuição positiva do mês, adicionando 0,21 ponto percentual ao IPCA de 0,90%. Com isso, Educação subiu 5,90%, vindo de elevação de 0,31% em janeiro.
Nos alimentos, enquanto itens como cenoura (23,79%) e farinha de mandioca (11,40%) pressionaram a inflação do grupo, outros como tomate (-12,63%) e batata-inglesa (-5,70%) trouxeram alívio. O grupo Alimentação desacelerou bastante, de 2,28% para 1,06%, mas ainda assim adicionou 0,27 ponto ao IPCA.
Juntos, alimentos (com 0,27 ponto percentual) e educação (com outro 0,27 ponto) foram responsáveis por 60% do IPCA de fevereiro.
Ainda merece citação as tarifas de ônibus urbanos, com alta de 2,61%, que foram os destaques em Transportes (0,62%) tendo em vista aumentos registrados em várias capitais. Também subiram as tarifas de trem, o táxi e os preços da gasolina e do etanol.
O IPCA mede a inflação para as famílias com rendimentos mensais entre um e 40 salários mínimos, que vivem nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Vitória, Brasília e nos municípios de Goiânia e Campo Grande.
Índices regionais
A região metropolitana de Salvador registrou a maior taxa de inflação em fevereiro, de 1,41%. De acordo com o IBGE, destacam-se a alta de 2,55% nos preços dos alimentos. A menor taxa foi registrada na região metropolitana de Vitória, de 0,28%, onde os alimentos tiveram alta de 0,36%, bem abaixo da média nacional (1,06%).
A segunda região metropolitana com maior taxa de inflação em fevereiro foi Recife, com 1,29%, seguida por Belém, com 1,11%.
Em Belo Horizonte, a taxa de inflação em fevereiro, medida pelo IPCA, foi de 0,99%, seguida por Porto Alegre (0,97%) e Curitiba (0,83%).
A região metropolitana de São Paulo teve índice de inflação de 0,82%, em fevereiro. Em seguida, Goiânia registrou 0,81% e Fortaleza, 0,80%.
A taxa de inflação nas regiões metropolitanas de Brasília, Rio de Janeiro e Campo Grande em fevereiro foram de 0,69%, 0,68% e 0,54%, respectivamente.
Fonte: (Valor)