O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) caiu 0,32% no período encerrado em 7 de setembro, ante – 0,44% no indicador anterior, até 31 de agosto. Embora tenha sido uma queda mais fraca, o resultado anunciado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi a quarta taxa negativa consecutiva nesse índice – o período mais longo de deflação na história do IPC-S, iniciado em janeiro de 2003.
Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, a queda menos intensa no indicador foi originada de deflação mais fraca no grupo Alimentação (de -1,57% para -1,36%) e pela aceleração de preços no grupo Habitação (de -0,02% para +0,11%).
No caso dos alimentos, houve quedas menos intensas nos preços de frutas (de -3,86% para -1,78%) e de hortaliças e legumes (de -7,73% para -7,52%). Esses itens têm comportamento imprevisível no que se refere a preços, pois são muito dependentes do clima.
No caso de Habitação, o grupo foi afetado pelo reajuste na taxa de água e esgotos no Rio de Janeiro e em São Paulo.
A deflação mais fraca detectada no IPC-S não significa sinal preocupante para a inflação do varejo, na avaliação de Quadros. Para ele, a queda mais fraca foi provocada por fatores praticamente imprevisíveis, como o desempenho dos preços de hortaliças, legumes e frutas, e por fatores sazonais, como o impacto de um preço administrado na inflação – no caso, o aumento na taxa de água.
Ele lembrou que o Índice Geral de Preços- Disponibilidade Interna (IGP-DI) de agosto mostrou queda intensa de preços em produtos importantes no atacado, cenário que pode ser repassado para o varejo. Com a possibilidade de repasse do que ocorre no atacado para o varejo, acho que há folga para continuar nessa linha (de taxas negativas), não só nos preços dos alimentos, mas no IPC-S como um todo, disse.
O preço da gasolina está caindo para o consumidor, segundo o IPC-S. Esse combustível teve deflação de 0,58%, ante queda de 0,38% no IPC-S anterior. Na refinaria, o preço da gasolina não caiu, então isso deve ter sido provocado pelo recuo no preço do álcool, afirmou Quadros.
A gasolina brasileira tem cerca de 25% de álcool em sua composição, e o preço do álcool tem caído no atacado.