O setor sucroalcooleiro continua sua fase de expansão e deverá investir por ano cerca de R$ 3 bilhões em novas unidades, ampliação das unidades já instaladas e também em infra-estrutura, segundo levantamento feito pelo Procana Informações e Eventos. Os dados foram divulgados ontem durante o V Seminário de Marketing Sucroalcooleiro, realizado em São Paulo.
Segundo Josias Messias, presidente do Procana, 50% dos investimentos – um total de R$ 3 bilhões anuais – serão destinados à construção de novas unidades. Outros 40% são destinados para ampliação da usinas já instaladas e os 10% restantes, em infra-estrutura.
Messias destacou que muitos grupos já instalados no Centro-Sul estão fazendo investimentos em uma ou mais unidades. Somente em São Paulo, foram detectados 45 novos projetos para os próximos anos.
O setor sucroalcooleiro do Brasil está em franca expansão nos últimos anos, como reflexo dos preços internacionais favoráveis para o açúcar e boa demanda global pelo álcool.
Dados da consultoria Datagro, que também participou do Workshop, a região Centro-Sul, terá uma colheita 8% maior na safra 2006/07, que foi antecipada de maio para março. A produção de cana está estimada em 365 milhões de toneladas. A produção de álcool na região está estimada em 15,223 bilhões de litros, 6% acima em relação à safra 2005/06. As exportações de álcool deverão se manter firmes no país, em 2,6 bilhões de litros, os mesmos volumes de 2005/06, por conta da demanda americana. Para o Brasil, a Datagro prevê produção de 415 milhões de toneladas de cana. Para álcool, a oferta é estimada em 16,745 bilhões de litros. A produção de açúcar é estimada em 28,750 milhões de toneladas.
Plínio Nastari, presidente da Datagro, acredita que há muita especulação em torno dos aumentos recentes dos preços do álcool. Contudo, as cotações do produto ficarão em média mais valorizados na safra 2006/07 na comparação com a safra 2005/06. Levantamento da Datagro mostra que os preços do álcool combustível (posto usina) podem recuar em média para até R$ 0,90 o litro (sem impostos) durante o pico da colheita, entre junho e agosto. Na safra passada, os preços médios do álcool combustível eram R$ 0,60 no mesmo período.