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Investimentos na agricultura atingem R$ 15,4 bilhões até novembro

De julho a novembro, foram investidos R$ 15,4 bilhões em custeio, comercialização e investimento agropecuário nos programas do Ministério da Agricultura. No mesmo período do ano passado, o montante investido foi de R$ 12,1 bilhões. Desse modo, o governo desembolsou 57% do orçamento de R$ 27,15 bilhões previstos para todos os programas conduzidos pelo ministério da Agricultura.

A rápida liberação de recursos deve-se à forte expansão da área plantada e a recuperação dos níveis dos depósitos à vista nos bancos, que levaram a um aumento de 20,3% na aplicação de recursos do crédito rural nos cinco primeiros meses do ano-safra 2003/2004.

Ontem, o secretário de Política Agrícola, Ivan Wedekin, anunciou um acréscimo de 18% nos desembolsos para custeio e comercialização a juros fixos – ou 72% do total orçado para o ano-safra. Até novembro, foram aplicados R$ 11,8 bilhões a juros de 8,75% ao ano. “O aumento de 2,6 milhões de hectares na área plantada elevou em R$ 2,5 bilhões a demanda por crédito rural”, diz. “Esperamos uma forte demanda para a colheita, em fevereiro, e para o plantio da safrinha de inverno e a comercialização da safra de verão, entre março e abril”.

Os desembolsos para os programas de investimento cresceram 30% no período na comparação com a safra 2002/2003, para R$ 2,77 bilhões. O programa de renovação da frota agrícola (Moderfrota) emprestou R$ 1,47 bilhão em cinco meses (+35%), atingindo 74% do orçamento total para a atual safra. Em função disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oferecerá uma linha adicional de R$ 2,15 bilhões para o Finame Agrícola Especial.

Puxado pela incorporação de novas áreas agrícolas, o Moderagro, que financia a recuperação de solos e pastagens degradadas, aplicou R$ 264 milhões (+64%). O programa de construção de armazéns nas propriedades e aquisição de equipamentos de irrigação (Moderinfra) ganhou força: desembolsou quase oito vezes mais que na safra passada, somando R$ 128 milhões.

A capitalização de produtores e pecuaristas levou o governo a oferecer mais crédito até 30 de junho, quando se encerra a safra. O Banco do Brasil colocará mais R$ 600 milhões de recursos novos da Poupança Rural, que financia o setor agropecuário. Em cinco meses, o banco emprestou R$ 4,7 bilhões da poupança ao setor – um aumento de 137% sobre os R$ 2 bilhões do ano-safra passado. O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) decidiu aportar R$ 1 bilhão para médios e grandes empresários e produtores para equalização de encargos financeiros.

No total global da safra, inclusive os R$ 5,4 bilhões de recursos para os programas conduzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), foram aplicados R$ 17,7 bilhões dos R$ 32,5 bilhões anunciados em junho, no Palácio do Planalto, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ou seja, em cinco meses já foram emprestados 54% dos recursos totais previstos para o ano-safra 2003/2004 – ou 26% a mais que na safra passada.(Fonte: Agência Brasil)