Mercado

Investimento e produção dão sinais de retomada

O impacto negativo dos juros altos sobre a expansão da economia pode já ter chegado ao fim. Em junho, os desembolsos no BNDES cresceram 20% em relação a igual período do ano passado e as consultas (que sinalizam a intenção de investimento) subiram expressivos 225%. Para o presidente do banco, Guido Mantega, a retomada da economia começou.

O BNDES, pelo segundo ano consecutivo, não cumprirá seu orçamento. No primeiro semestre, desembolsou um terço dos R$ 60 bilhões previstos para 2005 – apesar do crescimento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado.

Juros altos e dólar barato afetam os investimentos, especialmente em projetos voltados ao mercado externo. Mas a menor procura por recursos do BNDES também resulta da maior disponibilidade de caixa nas empresas e do acesso fácil a recursos no exterior a custos inferiores à taxa de juros de longo prazo (TJLP). Esta taxa do BNDES está em 9,75% ao ano, e sobe a 13% com o spread bancário.

O otimismo do presidente do BNDES em relação à recuperação econômica encontra sustentação no IBGE. A produção industrial de maio cresceu 1,3% em abril – na série livre de influências sazonais -, uma surpresa após a queda nas vendas registrada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Sobre maio de 2004, a alta foi de 5,5%, o que elevou o resultado acumulado no ano a 4,7%, com destaque para a retomada em bens de capital: mais 3,4% sobre abril.

Para economistas, a queda dos preços no atacado, que já está chegando ao varejo, abriu espaço para a recuperação da demanda. O IGP-DI encerrou junho com deflação de 0,45%, a segunda consecutiva.