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Investimento de R$ 13,4 mi em três laboratórios da Embrapa

Três novos laboratórios da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), foram inaugurados em Fortaleza. O investimento nos centros de pesquisas foi de R$ 13,4 milhões, com recursos do PAC Embrapa, de emendas parlamentares e do Tesouro Nacional.

São eles o Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais (LMQPN); o Laboratório de Tecnologia da Biomassa e o Laboratório de Biologia Molecular. Na prática, isso significa a capacidade de expandir as pesquisa, torná-las viáveis para serem produzidas em escala e transformar pesquisas em ganhos reais para a indústria nacional.

Para o pesquisador Men de Sá Moreira de Souza Filho, que coordena o Laboratório de Tecnologia de Biomassa, a falta de escala era o problema dos laboratórios da Embrapa antes. “Não tínhamos condição de fazer a subida da escala que é tirar a pesquisa da bancada para colocar em produção”, lembra.

O pesquisador Flávio Pimentel, que coordena o LMQPN, citou o exemplo da produção de fragrâncias para a indústria de perfumaria. “Hoje, 90% dos ingredientes das fragrâncias utilizadas aqui são importados”, revela. Com a vastidão de nossa flora o número, o dado espanta. Isso acontece porque a indústria privada não conhece o que a empresa de pesquisa está fazendo porque não há escala, explica o técnico. “Às vezes, eles se interessam, mas não há produção dentro do padrão de qualidade que ele precisa”.

Com os novos equipamentos e as novas instalações (o espaço era um dos grandes problemas dos laboratórios antigos), as empresas que criam fragrâncias para o mercado podem ter uma nova fonte. “Buscamos na biodiversidade o composto volátil e passamos para a indústria de fragrâncias levantar o potencial dentro da indústria de perfumaria”, ressalta Pimentel.

Em outras palavras, o laboratório define as moléculas daquele elemento na planta e passa para a indústria criar a fragrância. A essência é vendida para empresas como Boticário, Avon e Natura, que põem um nome no produto e comercializam. A mesma coisa ocorre com as empresas farmacêuticas e produtos utilizados para fabricação de remédios.

A captação da biodiversidade vai ser realizada também a partir de conhecimentos populares. “Vamos investigar produtos já usados popularmente para comprovarmos a eficácia. Nós não tínhamos estrutura para elucidar novas moléculas”, admite Flávio Pimentel.