O setor sucroalcooleiro no Brasil depende de incentivos do governo para se recuperar. A afirmação é do presidente da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe São Paulo), Luciano de Almeida. ´Se não tiver funding e não tiver preço que viabilize a sua atividade – e isso depende do governo – o setor não vai se recuperar. Até para uma recuperação ainda no curto prazo seria necessário um programa muito forte por parte do governo federal´, afirmou em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Segundo Almeida, o grau de endividamento das usinas hoje inviabiliza a atividade e as perspectivas para os próximos quatro anos são de ´redução, fusões e fechamento de unidades´. Após participar do 8º Congresso Internacional de Bioenergia, ele cobrou do governo duas sinalizações que seriam urgentes para o setor: demanda estabelecida para o etanol, com preço descolado da gasolina e prêmio para os produtores do combustível.
A aposta de Almeida, também proprietário de usinas de cana-de-açúcar, para o longo prazo é o investimento em usinas dedicadas exclusivamente à produção de energia elétrica. ´Se você pensar a nível de mercado, a energia elétrica é um investimento mais atrativo e seguro que o etanol e o açúcar´, explicou. No entanto, mesmo as plantas de cana energética (ainda em fase de estudo), segundo ele, necessitariam do incentivo governamental. ´Não dá para pagar uma fortuna para leilão a gás e não querer remunerar a energia do etanol. É um contrassenso, mas é o que está acontecendo´, disse.