A taxa de inflação para o consumidor paulistano calculada pelo Índice do Custo de Vida (ICV) foi de 0,39% em setembro, um aumento de 0,07 ponto porcentual em relação aos 0,32% de agosto. O índice é calculado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socio-Econômicos (Dieese). Saúde, Alimentação e Habitação provocaram a alta do índice.
Os preços dos produtos e contratos do grupo Saúde fecharam em alta de 1,22%, seguidos por Habitação (0,75%) e Alimentação (0,52%). Na direção oposta, os grupos Equipamentos Domésticos e Transportes caíram 0,53% e 0,49%, respectivamente. Com o desempenho dos preços em setembro, o ICV-Dieese acumula 1,3% no ano e 2,46% no período de 12 meses encerrado em setembro.
As famílias mais pobres foram as que, proporcionalmente, pagaram a maior parte da conta em setembro. Segundo o Dieese, enquanto a inflação geral do mês passado fechou em 0,39%, as famílias com renda mensal de até R$ 377,49 assistiram a uma perda de 0,56% no seu poder de compra.
Para as famílias do estrato de renda intermediário, de até R$ 934,17 por mês, a inflação foi ligeiramente menor. Fechou em 0,43%, superando apenas os considerados mais ricos, cuja renda mensal média é de R$ 2.792,90 e para os quais a inflação apurada pelo Dieese ficou em 0,24% em setembro.
De acordo com a coordenadora do índice, Cornélia Nogueira Porto, o impacto das variações dos preços por grupo do ICV no cálculo das taxas por estrato de renda deu-se de forma bastante distinta em setembro. As diferenças podem ser atribuídas à forma como as famílias que compõem cada estrato de renda distribuem seus gastos.
Segundo a coordenadora, o aumento de 1,22% no grupo Saúde, que teve origem na assistência médica, afetou mais as famílias de maior poder aquisitivo. Já os reajustes no grupo Habitação (0,75%), principalmente por causa da tarifa de água e esgoto (6,73%), e no grupo Alimentação (0,52%) prejudicaram mais as famílias com menor rendimento. No grupo Alimentação, o aumento foi provocado pelos reajustes dos alimentos in natura e semi-elaborados (1,42%), já que os alimentos industrializados caíram 0,26%.
A queda de 0,49% do grupo Transportes beneficiou os mais ricos, já que a maior contribuição veio da retração nos combustíveis (-1%), em especial o álcool (-3,54%). Já as tarifas de transporte coletivo, que afetam mais os mais pobres, ficaram estáveis em setembro.