O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve variação de 0,33% em setembro, informou nesta sexta-feira o IBGE. O índice caiu para menos da metade da taxa de agosto, que foi de 0,69%. A expectativa do mercado era de alta de 0,50%, segundo pesquisa do Banco Central com cerca de cem instituições financeiras. É o menor IPCA desde outubro do ano passado, quando o índice teve variação de 0,29%. Em setembro de 2003, a taxa foi de 0,78%.
Os preços dos alimentos, que tiveram queda em setembro, foram os principais responsáveis pela forte desaceleração. O grupo teve queda de 0,19% em relação ao mês anterior, quando houve alta de 0,85%.
Com o resultado de setembro, o IPCA, usado pelo governo no sistema de metas de inflação, acumula alta de 5,49% no ano, abaixo do percentual de 8,05% relativo a igual período de 2003. Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 6,70%, abaixo do resultado dos 12 meses imediatamente anteriores (7,18%).
No grupo alimentos, vários produtos ficaram mais baratos, especialmente aqueles suscetíveis ao clima e que haviam exercido pressão no resultado do mês passado. As maiores quedas foram: cebola (-17,43%), tomate (-15,90%) e das hortaliças (-9,24%), farinha de mandioca (-6,45%), feijão carioca (-4,99%), arroz (-3,58%) e peixes (-2,80%).
Por sua vez, a cana-de-açúcar exerceu menor influência sobre os preços de seus derivados e fez o açúcar refinado aumentar menos: dos 14,67% de agosto passou para 9,38% em setembro. Já o cristal passou de 5,42% para 2,50%. Da mesma forma, o álcool combustível, que apresentou variação de 11,49% em agosto, subiu apenas 1,21% em setembro. Essa diminuição na taxa de crescimento de preços do álcool teve reflexo sobre sua mistura na composição da gasolina: de 1,64% em agosto passou para -0,70% em setembro. Outros produtos também apresentaram variações negativas, como é o caso de artigos de higiene pessoal (de 0,52% para -1,47%) e gás de cozinha (de -0,95% para -0,81%).
Por outro lado, a conta de telefone fixo, cuja variação em agosto foi de 0,62%, com o reajuste extra de setembro nos serviços de fixo para fixo em todas as regiões ficou 3,13% mais cara. Foi a maior contribuição individual no índice do mês (0,10 ponto percentual). Além do telefone, o valor da conta de água e esgoto aumentou 2,16%, reflexo do reajuste ocorrido no final de agosto na região metropolitana de São Paulo. Quanto às tarifas dos ônibus urbanos, que tiveram aumento de 0,52% em agosto, mantiveram-se estáveis em setembro. O grupo produtos não alimentícios teve variação de 0,49% em setembro, ficando abaixo do resultado de 0,64% em agosto.