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Indústrias de plástico querem negociar com Petrobras nafta mais barata

A indústria de plásticos anunciou nesta quinta-feira que vai negociar com a Petrobras preços diferenciados para a nafta e o gás (GLP e natural), insumos que respondem por 70% dos custos do setor. O pleito será levado à estatal na próxima reunião do Fórum de Copetitividade coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, na próxima terça-feira, em Brasília, pelas quatro principais entidades empresariais do setor (Abiplast, Siresp, Afipol e Abief). Juntas, essas entidades representam cerca de 8,5 mil empresas que atuam nessa cadeia industrial no país.

Os empresários argumentam que, com a auto-suficiência de petróleo e as alternativas de combustíveis renováveis (álcool, biodiesel), a Petrobras irá dispor de uma oferta maior de nafta, e por isso pode vendê-la a preços menores ao setor, que ganharia maior competitividade nas exportações de resinas e de bens manufaturados.

– Queremos ser ouvidos pela Petrobras. Defendemos uma solução caseira, que leve em conta uma cesta de preços que são praticados na Europa, Estados Unidos e Ásia – disse o presidente do Sindicato da Indústria de Resinas Plásticas Siresp), José Ricardo Roriz Coelho, depois de reunião com dirigentes do setor na sede da Fiesp.

A cadeia industrial de plástico movimenta cerca de R$ 50 bilhões por ano e emprega 310,5 mil pessoas. Os dirigentes do setor queixam-se também do atual patamar do câmbio, que consideram “totaImente fora do razoável”. E pedem uma alíquota de IPI de 5% para produtos acabados, contra os 15%, em média, que pagam hoje. A desoneração de impostos para investimentos em modernização, e um novo Refis (renegociação das dívidas com o Fisco) para as pequenas e médias empresas completam o cardápio de reivindicações.

– Do jeito que está, em pouco tempo vamos virar consumidores de produtos importados na área de plásticos – advertiu o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Plástico (Abiplast), Meheg Cachum.

Ele lembra que, enquanto no Brasil a demanda por resinas caiu 1,9% no ano passado em relação a 2004, as indústrias chinesa e indiana de plástico, crescem a taxas de dois dígitos por ano. Além disso, as condições adversas têm causado uma debandada de multinacinais qie tinham o Brasil como base de exportação. Ao mesmo tempo, as empresas nacionais deixam de produzir aqui para importar itens transformados.