A produção industrial registrou queda em 8 das 14 regiões pesquisadas pelo segundo mês seguido, revela a Pesquisa Industrial Regional divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado compara o desempenho de outubro com o de igual mês do ano passado. Na avaliação do instituto, o resultado reflete o cenário de desaceleração que marcou o comportamento da indústria no segundo semestre.
As quedas na produção ocorreram na Bahia (0,3%), Pernambuco (1,3%), Goiás (3,5%), região Nordeste (4%), Santa Catarina (5%), Paraná (6,2%), Rio Grande do Sul (6,6%) e Ceará (12,1%).
Segundo Fernanda Vilhena, economista do IBGE, a produção industrial tem sido sustentada em 2005 pela expansão dos bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos) e semi e não-duráveis (roupas e alimentos).
Em outubro, no entanto, as quedas na produção atingiram principalmente as regiões que têm participação elevada das indústrias de bens de consumo semi e não-duráveis, como a de alimentos e bebidas no Ceará e a de calçados e artigos de couro no Rio Grande do Sul.
“É preciso esperar os dois últimos meses para verificar se vai haver a retomada da produção. Os principais resultados negativos ocorreram nos indicadores mensal e nos de longo prazo. Há uma predominância de redução no ritmo de expansão da indústria”, afirma Vilhena.
Economistas estimam que a recuperação do setor deve ficar restrita a novembro e a este mês, com o aumento das encomendas para as festas do fim do ano.
A taxa acumulada em 12 meses apresenta resultados positivos em quase todas as regiões pesquisadas, exceto o Rio Grande do Sul (queda de 2,8%), mas há perda de fôlego na passagem de setembro para outubro.
A indústria de São Paulo, a de maior peso no país, com cerca de 40% da produção, avançou 5,6% em setembro e 5,2% em outubro.
Rio de Janeiro e Amazonas foram os Estados que ganharam fôlego na passagem de setembro para outubro. O Rio passou de 1,9% para 2,1%, com o crescimento da indústria extrativa, de 15,5% em relação a outubro do ano passado.
O Amazonas passou de 14,9% para 15,4%, com o aumento na produção de material eletrônico e aparelhos de comunicações, de 14,2%, com destaque para televisores e celulares.
São Paulo
Depois de registrar queda de 1,4% na produção em setembro -o primeiro recuo em 22 meses-, a produção paulista cresceu 0,9% em outubro. No acumulado do ano, o Estado registra expansão de 4,1%.
Dos 20 segmentos, 9 apresentaram taxas positivas, com destaque para farmacêutica (24,6%), refino de petróleo e produção de álcool (8,6%) e edição e impressão (9,5%). Em compensação, segmentos importantes apresentaram queda, como veículos automotores (8,8%) e máquinas e equipamentos (4,5%).