Prestes a ser ampliado pelo sistema Petrobras devido à grande demanda de álcool prevista para os próximos anos no exterior, o programa de revitalização da indústria naval deverá ganhar novo gás nos próximos quatro meses. Além de definir o preço do aço que será utilizado na construção das embarcações até o fim deste ano, o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, já trabalha com a perspectiva de contar com mais de 20 embarcações na segunda etapa do programa, que deverá ser lançada no último trimestre deste ano pela subsidiária de logística da Petrobras.
O presidente da Transpetro não confirma a quantidade de embarcações previstas para a segunda etapa, mas o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, admitiu ontem a ampliação do número de petroleiros previstos na segunda etapa. Por enquanto, Machado prefere trabalhar com os 16 navios estimados originalmente, mas executivos do setor admitem que as três embarcações do tipo gazeiro, arrematados pelo estaleiro Itajaí (SC), deverão ficar para a segunda fase.
Ainda sem meios de obter o financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por se encontrar em dificuldades de apresentar as garantias necessárias para a operação, o estaleiro catarinense deverá ter de abrir mão das encomendas. Além dos três gazeiros, que terão de ser relicitados, a Transpetro e a Petrobras negociam a inclusão de novas embarcações não só para transporte de álcool, mas também de petróleo.
Ontem, no Rio, Costa informou que, além da revisão na demanda prevista para os próximos anos, a ampliação do programa ocorrerá também por conta da extensão do prazo do novo Planejamento Estratégico da Petrobras, de 2012 para 2020. Cauteloso, porém, Machado prefere não tecer qualquer comentário sobre o assunto, devido às negociações que ainda estão em curso na Avenida Chile, o endereço da sede da estatal.