Após reagir com força no fim de 2012, a indústria paulista pisou no freio e cresceu apenas 0,4% nos três primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período do ano passado. No quarto trimestre, o crescimento havia sido de 1%.
“Houve uma perda de ritmo da indústria de São Paulo, influenciada negativamente por setores como alimentação e farmacêutico”, afirma André Macedo, gerente da pesquisa divulgada ontem pelo IBGE.
O desempenho do maior parque industrial do país tem forte influência no resultado da indústria nacional, que apresentou queda de 0,5% no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2012 –São Paulo representa 40% do índice. Foi a sexta retração trimestral consecutiva da indústria geral.
O setor de alimentos foi um dos principais responsáveis pela desaceleração no Estado, com queda de 1,3% na comparação com os três primeiros meses de 2012.
“Os preços em alta [que inibem o consumo de alimentos] e uma menor exportação de produtos como o açúcar resultaram no ritmo de produção menor”, diz Macedo.
No início do ano, o custo da alimentação no Brasil disparou devido ao clima desfavorável. Diante disso, o IPCA, índice oficial de inflação, acumula alta e já se situa quase no teto da meta do governo (6,50%). Ficou em 6,49% nos últimos 12 meses encerrados em abril.
Já a indústria farmacêutica apresentou um tombo de 9,9% no trimestre também com impacto no resultado de São Paulo. O motivo foi o aumento das importações de medicamentos.
Na outra ponta, o setor de automóveis e caminhões teve a maior influência positiva para a indústria paulista –alta de 9,8% no trimestre.
O Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) vê uma melhora na indústria paulista ao longo do ano: prevê um aumento de 4% na produção, após queda de 3,8% em 2012.
Regiões
Entre as 14 regiões pesquisadas pelo IBGE, nove apresentam resultado negativo nos primeiros três meses do ano ante o mesmo período do ano passado.
As maiores quedas foram registradas no Espírito Santo (-11,5%), no Pará (-5,7%) e no Paraná (-4,6%), sendo que os dois primeiros têm forte influência das oscilações do minério de ferro, assim como Minas Gerais, com queda de 1,5%.