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Indústria argentina produzirá etanol

A indústria argentina de açúcar Ledesma anunciou ontem investimentos de US$ 37 milhões na produção de etanol. Durante reunião com a presidente Cristina Kirchner, na residência oficial de Olivos, o presidente da Ledesma, Carlos Pedro Blaquier, e o CEO da companhia, Federico Nicholson, disseram que a cifra faz parte de um pacote de investimentos de US$ 222 milhões para o período 2008 a 2011. O ministro de Planejamento Federal, Julio de Vido, afirmou que a produção de etanol “será integrada ao regime de substituição de 5% de gasolina por biocombustíveis a partir do dia 1º de janeiro” de 2010.

Em entrevista coletiva à imprensa, De Vido explicou que para obedecer à lei que exige a mistura, os motores não terão que ser adaptados. Também destacou que “a estrutura dos custos de comercialização e o preço dos combustíveis ao consumidor não mudará nada”. A Lei de Biocombustíveis argen! tina foi aprovada em 2006, mas o país não se preparou com tempo para cumpri-la. Em agosto último, De Vido convocou os produtores de cana e os executivos das companhias de petróleo para assinar uma ata, na qual reconheceram a impossibilidade de cumprir a meta de adicionar à gasolina 5% de combustível ecológico até 2010. A mistura será feita paulatinamente por falta de insumos que atendam toda a demanda.

As principais companhias petrolíferas participaram da reunião: Petrobras, Repsol-YPF, Esso e Shell. Esta última não assinou o documento, alegando não concordar com um documento que avaliza o descumprimento de uma lei nacional. Segundo explicou uma fonte da companhia, por ocasião da assinatura da ata, “o correto é mudar a lei ou editar um decreto, assumindo a responsabilidade pelo não cumprimento de uma lei”. A Associação de Fábricas de Veículos Automotores (Adefa), a Anfavea local, e 11 engenhos, entre eles Atanor, Minetti e a própria Ledesma, assinaram o documento.