Os indicadores antecedentes de setembro divulgados até agora, como a venda de veículos e papelão ondulado, não animam o mercado em relação à atividade industrial. A opinião de economistas ouvidos pela Agência Estado é que os resultados sinalizam uma queda na produção no mês passado, após ter fechado julho e agosto no patamar positivo.
O principal vilão da atividade em setembro, e que pode comprometer o desempenho do trimestre, foi a produção de veículos. Especialistas alertam, no entanto, que há chance de melhora em outubro.
A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou que a produção de veículos caiu 4,2% em setembro ante o mesmo mês de 2005. Pelos cálculos da Rosenberg & Associados, na margem a queda foi de 6%; no cálculo da LCA Consultores, o recuo com ajuste foi de 9,7%.
É muito forte e deve comprometer a atividade do terceiro trimestre. No nosso modelo de projeção da produção industrial, a Anfavea é o dado de maior peso, afirma Débora Nogueira, da Rosenberg. Bráulio Borges, da LCA Consultores, lembra que os dados da Anfavea representam 10% da produção industrial.
Para a economista do Unibanco, Giovanna Rocca, os antecedentes indicam que a alta da produção industrial deve ficar na casa dos 0,5% em setembro sobre agosto. Já a prévia da produção industrial da Rosenberg indica que em setembro deve ocorrer queda de 2% na margem (com ajuste) e alta de 0,6% ante setembro de 2005.
Os dados da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) também não animam. A Tendências Consultoria decidiu revisar para baixo a projeção de crescimento do setor de papelão ondulado neste ano, de 2,6% para 1,6%.
As vendas de papelão recuaram em setembro 1,66% na comparação com agosto sem ajuste. Com ajuste, houve leve alta, de 0,4%, segundo a Tendências. Em relação a setembro de 2005, o recuo foi de 1,95%.
Já o movimento das rodovias, apurado pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) com a Tendências, mostra alta de 1,3% em setembro sobre agosto e 4,2% na comparação com setembro de 2005. Mas o dado não é suficiente para indicar recuperação da atividade.