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Indonésia quer apoio do País em...

O governo brasileiro considera a parceria bem-vinda. Uma das diretrizes da política externa do presidente Lula é tentar divulgar o Brasil como uma referência internacional na produção de fontes alternativas de energia. “Temos muito interesse no etanol. Queremos aprender com o sucesso do Brasil”, disse o ministro das Relações Exteriores da Indonésia, Hassan Wirajuda, em entrevista a jornalistas sul-americanos em seu gabinete, em Jacarta (Indonésia).

Um dos principais desafios da Indonésia é diversificar sua matriz energética. Antes da crise financeira que atingiu os países asiáticos em 1997, a Indonésia exportava petróleo. Atualmente, é um importador da commodity. Maior produtor de gás natural do mundo, luta para tornar popular este combustível no mercado doméstico. E procura novas formas de produzir energia, atualmente gerada apenas por meio da queima de carvão e lenha, além da exploração de gás natural e petróleo.

Para solucionar o problema, considerado pelo governo indonésio um entrave à atração de investimentos estrangeiros, o governo de Bambang também está substituindo o uso de petróleo por carvão e gás natural nas usinas termelétricas em operação no país. Além disso, o governo estuda como pode utilizar o calor produzido por vulcões para gerar energia. Considerado o vulcão mais ativo do mundo, o Merapi se localiza na Indonésia.

A preocupação do governo indonésio em ampliar a oferta de combustíveis tem uma justificativa. Além de reduzir a fragilidade do país ante as oscilações dos preços do petróleo, a demanda por combustíveis cresce mais do que a produção local. Como as principais cidades do país não têm sistemas de transporte público que atendam à população de maneira eficiente, a procura por automóveis e motocicletas cresce de forma acelerada. Resultado: o trânsito nas grandes cidades se tornou caótico. Ônibus, carros, motocicletas e bicicletas disputam os espaços das vias. Até mesmo os tradicionais becaks, triciclos utilizados como táxis, ainda são usados como meio de locomoção.

Segundo dados do governo do Distrito de Jacarta, 269 carros são vendidos na cidade por dia. Já as vendas diárias de motocicletas totalizam 1.035 unidades. A cidade, cuja população é de 12 milhões de habitantes, tem uma frota de 4,5 milhões de veículos. Diariamente, três milhões de pessoas deixam as cidades-satélite em que moram, usando 600 mil automóveis, para ir a Jacarta trabalhar. O governo planeja iniciar no ano que vem a construção do metrô.

“Hoje, produzimos um milhão de barris de petróleo por dia. Há 10 anos, nossa produção era de 1,6 milhão de barris”, disse o ministro de Relações Exteriores da Indonésia. “Precisamos diversificar (as fontes de energia). Essa é uma prioridade no nosso governo. Já estamos conversando sobre etanol com outros países, como a Coréia do Sul.”