Bloomberg
A Índia, país que mais consome açúcar no mundo, deve produzir um volume 40% maior da commodity no ano que vem, em comparação com esse ano, encerrando dois anos de déficits e reduzindo sua necessidade de importar o produto de países como o Brasil, segundo um grupo comercial.
É provável que a produção indiana aumente para 18 milhões de toneladas no ano-safra que se encerra em setembro de 2006, comparativamente aos estimados 12,9 milhões de toneladas deste ano-safra, após um volume de chuvas maior do que o esperado ter melhorado as perspectivas da colheita, disse ontem o diretor-geral da Associação Indiana de Usinas de Açúcar (AIUA), S.L. Jain, durante entrevista concedida direto de Nova Délhi.
Preços
Dois anos de queda na produção de açúcar da Índia, que também é o segundo maior produtor mundial do produto, ajudaram a alimentar uma alta de 12% dos preços da commodity em Nova York este ano, após um salto de 59% em 2004.
O déficit produtivo fez as importações de açúcar da Índia quase quadruplicarem de volume, passando a 1,8 milhão de toneladas nos 10 meses encerrados em julho passado em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo a AIUA.
“A safra de cana-de-açúcar será muito maior no ano que vem devido ao aumento das chuvas”, disse Jain. “A recuperação também será boa”, completa o diretor. A AIUA representa 173 das 493 usinas de açúcar da Índia.
Chuvas
As chuvas de monção da Índia estão 4% acima da média desde 1º de junho passado, disse o departamento de previsões meteorológicas do país.
Esse aumento das precipitações contribuiu para que 45 milhões de produtores de cana-de-açúcar aumentassem sua área plantada, comparativamente à de 2004.
As chuvas de julho passado — que respondem por um terço das precipitações observadas durante a estação de monção — ficaram 14% acima do normal. As chuvas de monção duram quatro meses na Índia.
Este ano, as plantações de cana-de-açúcar da Índia ocupavam 4,13 milhões de hectares até a última segunda-feira, o que representa uma alta de 10% em relação aos 3,75 milhões de hectares plantados no ano-safra 2004, segundo o Ministério da Agricultura do país.