A maior destinação da cana para fabricação de etanol contribuirá para que o Brasil perca nesta safra a posição de líder na produção mundial de açúcar, ostentada desde 2001. O concorrente é a Índia, que na atual safra baterá o recorde de 33,5 milhões de toneladas produzidas, prevê a Organização Internacional do Açúcar (OIA), 10% mais que a do Brasil, estimada em 30,04 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Agora, o grande dilema do mercado é saber como esse volume recorde da Índia afetará as cotações da commodity, que já não estão das melhores, segundo o analista de gerenciamento de risco da FCStone, Mário Silveira. “Tudo vai depender da decisão do governo indiano, que pode manter a produção em estoque ou ofertá-la ao mercado”, completa.A estimativa é que a exportação de açúcar da Índia dobre na safra 2007/08, alcançando a casa dos 4 milhões de toneladas. Apesar de ainda ser muito inferior ao que é realizado pelo Brasil – que até agosto embarcou 12,4 milhões de toneladas, 15% mais que em igual período de 2006 – esse volume já é suficiente para causar efeito nos preços, diz Silveira. “O país asiático parece estar assumindo uma posição estratégica de exportador, sobretudo para o Oriente Médio, região que é cliente do Brasil”, avalia.Ainda não é possível afirmar se essa estratégia da Índia já tem consequências para as exportações brasileiras. O fato é que, apesar de os embarques do Brasil terem crescido nestes primeiros oito meses do ano, houve recuo para alguns países do Oriente Médio, segundo dados do Ministério da Agricultura (Mapa). O Marrocos, por exemplo, importou do Brasil 429 mil toneladas, recuo de 13% em relação aos 495 mil toneladas de janeiro a agosto de 2006. O Egito registrou a maior retração. Até agosto importou 313 mil toneladas, quase a metade dos 602 mil toneladas do mesmo período de 2006.Com um consumo interno de açúcar de 23 milhões de toneladas, e exportação prevista de 4 milhões, a Índia deve ter um excedente de 6 milhões de toneladas. Se esse volume for mesmo estocado, os armazéns indianos ficarão com 18 milhões de toneladas, um recorde para o País, que na safra 2002/03 armazenou 13 milhões de toneladas, conforme lembra Silveira. “Além da estratégia para esta safra, teremos que ficar muito atentos à área que eles vão cultivar na safra 2008/09”, alerta Silveira.Mais álcoolO decréscimo dos preços internacionais do açúcar – cujas cotações fecharam ontem em 969 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York (Nybot) – e o boom do etanol fizeram com que o Centro-Sul do Brasil optasse por direcionar mais cana para a fabricação do combustível. Assim, a previsão da União da Agroindústria da Cana (Unica) é de que o mix na região será de 45,24% para açúcar, ante os 49,43% da safra anterior. A estimativa é que a produção fique em 25,1 milhões de toneladas, contra os 25,7 milhões de toneladas da safra 2006/07.Os baixos preços do açúcar já causaram efeito nas exportações brasileiras. Apesar de ter embarcado 15% mais, o setor teve receita total 5% inferior. Foram US$ 3,3 milhões de dólares entre janeiro e agosto deste ano, ante os US$ 3,5 milhões do mesmo período de 2006.Fonte: Gazeta Mercantil
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Índia passa Brasil e torna-se líder mundial na produção de açúcar
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