A Índia vai ganhar sua primeira destilaria de álcool com tecnologia 100% brasileira em agosto deste ano. A destilaria de etanol é fruto de um contrato de transferência de tecnologia firmado entre a Dedini Indústrias de Base, empresa de Piracicaba, a 170 quilômetros de São Paulo, que tem 3 mil funcionários e faturou R$ 400 milhões em 2003, e a indiana Uttam. ‘Os indianos estão muito interessados no know-how brasileiro de fabricação de álcool combustível’, diz José Francisco Davos, vice-presidente de negócios da Dedini. Em alguns estados da Índia, a mistura de 3% de álcool etanol na gasolina já é lei, para reduzir a poluição e diminuir a dependência de importação do petróleo. ‘Em 2 anos, nossa previsão é exportar projetos para 10 a 15 novas destilarias’, diz Davos. O setor de energias renováveis, como o etanol, está trazendo muitas oportunidades de negócios entre a Índia e o Brasil. Mas está longe de ser a única área interessante. Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcar em Nova Delhi no dia 25 deste mês, a Índia vai entrar definitivamente na agenda comercial do Brasil. Ao lado da China e da África do Sul, o gigante do Sudoeste Asiático é considerado prioritário dentro da estratégia de aproximação Sul-Sul do governo. E muitas empresas já estão se posicionando na Índia. A Voith Siemens está prestes a fechar um contrato para a exportação de oito turbinas e oito geradores para a hidrelétrica de Omkareshwar, no valor de US$ 30 milhões. A Embraer deve entregar neste ano os cinco jatos Legacy comprados pelo governo indiano, por US$ 150 milhões. O país não tem o apelo de uma China. Em 2003, o comércio bilateral do Brasil com a Índia foi de cerca de US$ 1 bilhão, bem longe dos quase US$ 7 bilhões de exportações e importações da China. Mas o governo indiano acredita que o intercâmbio comercial entre os dois países deve chegar a US$ 5 bilhões até 2008. O grande desafio é sintonizar as pautas de exportação dos dois países, já que os dois produzem em abundância produtos agrícolas. A Índia está costurando um acordo de preferências tarifárias com o Mercosul, que começou a ser discutido em junho de 2003. Pretendemos ter avanços durante a visita de Lula à Índia. É importante estreitar relações com o Brasil, a porta de entrada para o mercado da América do Sul, diz o embaixador indiano no Brasil, Amitava Tripathi. O mundo está acordando para o potencial econômico da Índia. O país, tradicionalmente muito fechado, está reduzindo suas tarifas de importação, embora elas ainda sejam altas, e incentivando investimentos estrangeiros. O PIB indiano deve crescer em média 5% nos próximos 30 anos, segundo a Goldman Sachs. Trata-se de um mercado de 1 bilhão de pessoas, dos quais 300 milhões são consumidores de classe média. E os brasileiros estão de olho no voraz mercado consumidor indiano, que faria o asceta Mahatma Gandhi, pregador da vida simples e da meditação, enrubescer.
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India importa tecnologia para produzir álcool
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