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Incra tem R$ 100 milhões para comprar terras do setor em Alagoas

O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) dispõe de R$ 100 milhões para a aquisição das terras oferecidas como garantia para pagamento de financiamentos tomados junto ao Banco do Estado de Alagoas (Produban) por empresários do setor sucroalcooleiro. As dívidas estão sendo cobradas judicialmente e o Incra quer que as propriedades sejam usadas como forma de pagamento e destinadas para a reforma agrária.

A proposta foi discutida entre o superintendente do Incra em Alagoas, Mário Agra, e o governador do Estado. “É preciso buscar um entendimento com os empresários e também que a ação sobre a questão seja efetuada pela Justiça”, advertiu Agra, explicando que há mais de sete anos existem ações na Justiça para que as terras possam ser incorporadas ao patrimônio do Produban, mas, até agora, não foi proferida nenhuma sentença em relação à ação.

O governador propôs que antes de qualquer decisão, os empresários devem ser consultados sobre o interesse em permanecer com parte das terras, por estarem próximas de seus empreendimentos industriais, eles podem pagar em dinheiro o que devem ao Estado. “Essa seria uma ótima solução para todas as partes: para os empresários, que poderiam resolver o problema dos seus débitos com o Estado; para o Estado, que receberia o dinheiro, e para o Incra, que dispõe de recursos para aquisição destas terras para fins de reforma agrária”.

No total, são 66 fazendas somando aproximadamente 30 mil hectares. Para o superintendente do Incra em Alagoas, as propriedades rurais com pendência judicial no Produban ajudariam bastante o Incra a atingir a meta de assentar cerca de 12 mil famílias no Estado, em três anos. A meta é superior ao número de famílias acampadas no Estado, que hoje, de acordo com levantamento do Incra, totaliza 7.300.