Mercado

Importação de gasolina estimula estagnação do setor

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O aumento do volume de gasolina no país ajudará ainda mais a aumentar o “desânimo” e “reduzir a saúde” do segmento sucroenergético que há anos luta pelo aumento de competitividade do etanol frente à gasolina. A avaliação é do operador de mercado da União Corretora, Salmeron Ratsbone, que confirma que o governo não deveria agir na questão de abastecimento com planos emergenciais, mas tratar de forma preventiva.

“Com isso, o governo prova que não apóia a própria bandeira que levanta, de luta contra o desabastecimento. Sem apoio para produzir mais etanol, o setor não consegue encontrar forças para investir nas usinas e em greenfields, e fica amarrado. O governo deveria dar condições para impulsionar a produção de etanol, sem precisar oferecer dinheiro, é somente isso que o setor precisa para voltar a crescer. Sem incentivos, o próprio governo acabará matando o setor”, diz.

Com a temida falta de combustível ainda neste ano, o governo já traça um plano de emergência para aumentar a importação de gasolina e mais uma vez, as solicitações do setor sucroenergético. Até setembro, a Petrobras importou 2,4 bilhões de litros, quase o triplo do registrado no ano passado, de acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura. Outro entrave que o governo enfrenta é a falta de infraestrutura nos portos para atracação e armazenamento, sem contra a malha rodoviária sucateada.


Diante desse cenário, Salmeron avalia que aentrada da gasolina importada vai atrapalhar o fluxo dos portos de qualquer forma pois o gargalo logístico brasileiro é estreito e ficará cada vez pior. “Agora o governo está investindo nos portos, mas quando o doente está quase morrendo. É preciso planejar, não somente lançar operação tapa buracos”.