O processo de deflação se acentuou na segunda préviado Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de agosto. Pela quarta vez consecutiva, o indicador registrou queda, dessa vez de 0,49%, ante0,25%emigual prévia de julho. Abaixo das projeções do mercado financeiro, que esperavam resultado entre -0,45% a -0,25%, a taxa foi amenor em mais de dois anos, influenciada por recuos de peso no atacado, como combustíveis e lubrificantes (0,18%); ferro, aço e derivados (1,89%) e matérias- primas agropecuárias (0,86%).Aqueda nos preços do varejo, que atingiram o menor nível desde setembro de 1998, também contribuiu para a inflação menor. Com o resultado, anunciado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e que abrange o período de 21 de julho a 10 de agosto, o IGP-M deve fechar o mês em queda. O coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, lembrou que a primeira prévia do índice também caiu (0,36%).
Na Segunda prévia, os preços no atacado, de maior peso para o IGP-M, caíram 0,28%, ante alta de 0,03% em igual período em julho. Mas Quadros alertou esse cenário foi originado por fatores passageiros, “setoriais”. Para ele, o impacto dos aumentos de preço do barril de petróleo ainda vai chegar aos preços de alguns combustíveis no atacado. E os preços das matérias- primas brutas no atacado caíram menos (de 0,81% para 0,75%), influenciados por deflações mais fracas em produtos de peso, como o café (de 8,35% para 4,3%). Para a analista da consultoria Tendências, Marcela Prada, o aumento da deflação no atacado este mês também está associado à continuidade da valorização do real ante o dólar – que puxou para baixo preços de produtos relacionados à moeda americana.
O dólar baixo, aliado à queda nos preços do aço, contribuiu para a taxa negativa nos preços dos produtos industriais (0,44%). No varejo, os preços para o consumidor caíram 0,28% na Segunda prévia de agosto, ante alta de 0,03% em mesmo período em julho. Contribuíram para o resultado os recuos de preços em Alimentação (de0,76% para 1,19%) e Habitação (de 0,52% para 0,09%). Mas, para o economista da FGV,“ não é normal a existência de deflações prolongadas no varejo”. ● Colaboraram: Célia Froufe e Francisco Carlos de Assis