Mercado

IGP-DI acelera em junho mas FGV vê acomodação à frente

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,67% em junho, e acumulou 1,28% no primeiro semestre do ano, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) ontem. A variação registrada ficou em linha com as projeções do mercado. Em maio, o IGP-DI registrou alta de 0,38%. Apesar da inflação maior, Salomão Quadros, economista da FGV, acredita que a perspectiva para o IGP-DI é de acomodação. Nos últimos 12 meses, o IGP-DI acumula alta de 0,98%.

Segundo ele, itens com peso relevante no atacado – como soja, cana-de-açúcar e minerais não-metálicos – já estão desacelerando. “A alta do IGP-DI não é sustentável. Acho que o IPA não vai ficar tão alto, e o IPC não vai ficar tão baixo. Haverá uma convergência entre eles”, disse o economista.

A aceleração da taxa em junho, para o maior nível desde janeiro, foi puxada pelo comportamento dos preços no atacado. O índice do segmento, o IPA, avançou 1,06%, após registrar elevação de 0,46% em maio. O comportamento dos preços de bens finais foi determinante para o IPA. A variação desses preços passou de deflação de 1,10% em maio, para recuo de apenas 0,06%. O movimento respondeu por mais da metade do avanço do IPA no período.

O subgrupo alimentos in natura teve variação importante. Depois de ter registrado queda de 7,01% em seus preços em maio, apresentou redução de apenas 0,03% no mês passado. “Se não houver nenhum acidente de percurso, os (alimentos) in natura e os processados vão entrar numa fase de aceleração que vai chegar ao varejo, onde a queda dos alimentos tem sido preponderante para a deflação do IPC”, afirmou.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou deflação de 0,40% em junho, ante recuo de 0,19% no mês anterior. Cinco das sete classes de despesa que compõem o índice registraram retração. Como destacou Quadros, o grupo alimentos foi destaque, ao registrar deflação de 1,68%, frente à queda de 0,94% em maio. No grupo vestuário, a variação apurada em junho foi positiva em 0,25%, ante elevação de 0,53% em maio.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve alta de 0,90%, ante avanço de 1,32% no mês anterior.