O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estuda a criação de um índice de inflação nacional que poderá substituir o atual, feito com base no acompanhamento de preço em apenas 11 locais. O novo índice surgiria a partir da base da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), a primeira de abrangência nacional, que será oficialmente lançada nesta semana. Além disso, o instituto já desenha outra medição nova: a da inflação ao produtor industrial.
“Estamos analisando a expansão do índice metropolitano. A taxa nacional complementa muito, não tanto pela mensuração da inflação, porque o índice atual é de bom tamanho para este uso. Mas as recomendações para os sistemas estatísticos apontam que seus indicadores devem ser nacionais”, disse a diretora de Pesquisa do IBGE, Martha Mayer. A viabilidade do indicador e a proposta de custo serão definidos ao longo deste ano e de 2003. O professor da PUC/RJ Luiz Roberto Cunha avalia que, caso seja criado, o índice de inflação nacional geraria apenas mudanças marginais. “Os preços absolutos poderiam até variar, mas as variações, não”, explicou, citando que as regiões pesquisadas são as principais do País. Quanto ao Índice de Preço ao Produtor (IPP), afirmou que “este é fundamental”, até como parâmetro ao Índice de Preços do Atacado (IPA), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os índices de preços do IBGE, dentre eles o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para a política monetária, levam em conta a coleta nas nove principais regiões metropolitanas do País, mais Goiânia e Distrito Federal. A abrangência da inflação tem papel relevante para as contas nacionais, já que, trabalhando com dados que não são nacionais, na prática utiliza-se uma forma de aproximação. (O Estado de SP)