De abril para maio, a produção industrial brasileira subiu 1,3% e de maio a maio, 5,5%, informa o IBGE, que comenta ser esse o 21º mês de alta consecutiva nesse tipo de comparação. De janeiro a maio, crescimento de 4,7% e, nos 12 meses encerrados em maio, de 7,2%. Isso reforça, segundo o IBGE, os sinais de recuperação no ritmo do setor. O crescimento da média móvel trimestral, antes observada apenas entre os bens de consumo duráveis, ocorre na indústria geral.
QUANTO 1
Nos trimestres encerrados em abril e em maio, a indústria geral expandiu-se 0,9%. Nesses períodos. o setor de bens de capital cresceu 1,4%, os bens de consumo duráveis, 1,1%, os bens intermediários, 0,9% e os bens de consumo semiduráveis e não-duráveis, 0,1%.
EXPLICAÇÃO
Para o IBGE, a continuidade das exportações e a performance de setores voltados ao mercado doméstico, beneficiada pela oferta de crédito, resultam em aumento do nível de ocupação e na redução da inflação.
CNI APONTA QUEDA
Mas para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a situação é diferente. A entidade divulgou na véspera seus Indicadores Industriais de maio, indicando desaceleração da atividade econômica, com vendas da indústria de transformação caindo 1,51% em relação a maio de 2004, e o nível de utilização da capacidade instalada recuando 0,5 ponto percentual no mesmo intervalo.
QUANTO 2
“Essa é uma situação incomum, que não ocorria havia 18 meses”, diz o documento. Na série com ajuste sazonal, as vendas caíram 0,33% e o número de horas trabalhadas diminuiu 0,12% entre abril e maio. Nos cinco primeiros meses deste ano, o número de horas trabalhadas na produção aumentou 0,6% em relação a igual período de 2004, e as vendas tiveram queda de 2,2%.
ESTOQUES DEMAIS
A diferença entre os indicadores de horas trabalhadas e de vendas pode indicar a formação de estoques indesejados. Mas também pode ser efeito da valorização do real frente ao dólar, que impede que o aumento da produção voltada às exportações resulte em expansão do faturamento, diz a CNI. A pesquisa ouviu 3 mil grandes e médias empresas em 12 Estados.
CAPACIDADE OCIOSA
Em maio a indústria operou com 82,3% de sua capacidade instalada (em maio de 2004, ocupou 82,8%). Dessazonalizados, os indicadores são 81,8% este ano e 82,1% em 2004. Diz a CNI que, desde outubro de 2004, as empresas estão reduzindo o nível de utilização da capacidade produtiva, resultado do desaquecimento da atividade industrial e da maturação de investimentos realizados entre 2003 e 2004. De janeiro a maio de 2004, a média do nível de utilização da capacidade instalada foi de 81,2%. Neste ano, 81,9%.
DEFLAÇÃO NO IGP-DI
Deflação, de novo, no IGP-DI: 0,45% em junho (0,25% em maio), informa a FGV. O Índice de Preços por Atacado (IPA, 60% do total) cedeu 0,78% (-0,98% antes), com o IPA agrícola caindo 0,98% e o industrial, 0,71%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC, 30% do total) teve baixa de 0,05% (+0,79% em maio). O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,76% (2,09% antes).
ACUMULADAS
No ano, o IGP-DI acumula alta de 1,53% e nos últimos 12 meses, de 6,5%. No primeiro semestre, o IPA subiu 0,16% (0,61% no industrial e queda de 1,22% no agrícola). O IPC mostra variação positiva de 3,65% no semestre e o INCC, de 5,56%.