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HIDROVIA FACILITA LOGÍSTICA DO ÁLCOOL

Quem percorre principalmente o interior paulista enxerga um mar de cana serpenteando rodovias principais e vicinais. Terras que já foram de outras culturas ou serviram de pasto para engorda de rebanhos, estão ocupadas por cana. Afinal, o Brasil tem uma frota crescente de carros para alimentar com o combustível verde extraído da cana.

A Petrobras, que é uma empresa de energia, não importa a fonte, tem um coligada, a Transpetro, encarregada da logística. E a Transpetro, conhecida por operar petroleiros nos mares, prepara-se para navegar comboios hidroviários no chamado Programa de Logística Integrada de Escoamento de Etanol da Petrobras, que inclui, ainda, a construção de novos dutos, centros coletores e terminais.

Para tal, a Transpetro concluiu negociação para construir 20 comboios de empurradores e barcaças no novo Estaleiro Rio Tietê, que venceu uma licitação no valor de US$ 239,1 milhões cerca de R$ 430 milhões.

Depois da assinatura do contrato, prevista para outubro, o Rio Tietê começa a construção das embarcações em estaleiro montado às margens da HidroviaTietê-Paraná, na cidade paulista de Araçatuba.

O projeto da hidrovia faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A previsão é que a partir de 2013 a Transpetro execute o transporte fluvial de etanol, operação que demandará a construção de 20 empurradores e 80 barcaças (cada comboio terá quatro barcaças e um empurrador, com capacidade para transportar 7,6 milhões de litros). “Quando totalmente operacional, o volume anual transportado deverá chegar a 4 bilhões de litros”, informa a Transpetro.

Os comboios pelas águas da Hidrovia Tietê-Paraná transportarão o etanol produzido nas regiões Centro-Oeste e Sudeste para a Refinaria de Paulínia (Replan). Dali, por dutos, atingirá diversos terminais, incluindo os portos de São Sebastião (SP) e de Ilha D’Água (RJ). Destes portos será possível exportar o produto.

“A redução de custo de logística permitida pelo modal hidroviário possibilitará ao etanol brasileiro disputar mercados internacionais de forma mais competitiva”, assinala a Transpetro,que complementa: “O transporte do etanol pela hidrovia substituirá o equivalente a 40 mil viagens de caminhão por ano, com ganhos ambientais, econômicos e de segurança. O transporte hidroviário emite um quarto do CO2 e consome vinte vezes menos do combustível utilizado pelo rodoviário para uma mesma carga e distância”.