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Guarani dobra área na África

A Açúcar Guarani, controlada pelo grupo francês Tereos, está duplicando neste ano sua área cultivada com cana-de-açúcar em Moçambique, no continente africano. A empresa possui uma área cultivada de 15 mil hectares e está expandindo para 30 mil hectares. O volume deve refletir em aumento de produção em três anos, quando a companhia espera moer 2 milhões de toneladas de cana e produzir 220 mil toneladas de açúcar. Atualmente, a empresa processa no país africano 700 mil toneladas de cana e produz 75 mil toneladas da commodity.

Depois do Brasil, Moçambique é o único país onde o grupo Tereos investe na produção da commodity a partir de cana-de-açúcar. A usina de Moçambique fica no distrito de Marromeu e é estratégica para acessar o mercado europeu. As ex-colônias europeias na África não pagam tarifa de exportação, o que significa o acesso a um preço mínimo de cerca de 19 centavos de dólar p! or libra-peso – ontem, a commodity fechou em 13,16 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York (contrato julho). “A Europa está reduzindo sua produção de açúcar dos patamares de 20 milhões de toneladas para 12 milhões de toneladas e será em breve importadora. Com a unidade de Moçambique conseguiremos acessar esse mercado, o que é impraticável a partir do Brasil, com essa tarifa proibitiva”, explica o diretor-presidente da Guarani, Jacyr Costa Filho.

A companhia atua desde 2007 em Moçambique, que fica na mesma latitude do estado de São Paulo. “Chove menos, mas o clima e o solo são favoráveis. Estamos levando variedades de cana para lá e investindo e incorporando técnicas de cultivo para aumentar a produtividade”, conta o executivo. Ele conta que há dois anos, os canaviais da companhia em Moçambique rendiam 45 toneladas da matéria-prima por hectare, desempenho que atualmente está em 60 toneladas. “Esperamos em quatro anos igualar essa produtividade à das nossas ! usinas no Brasil, que é de 85 toneladas por hectare”.

No Brasil, a companhia cinco usinas na região noroeste de São Paulo, além de um projeto greenfield, no município de Pedranópolis, em São Paulo. Na última safra moeu 13,8 milhões de toneladas de cana e produziu 1,1 milhão de toneladas de açúcar e 496 mil metros cúbicos de álcool.

No terceiro trimestre da safra 2008/09, a companhia teve prejuízo de R$ 113,0 milhões, resultado do efeito não-caixa da desvalorização do real e da amortização do ágio sobre aquisições. O Ebtida ajustado foi de R$ 116,0 milhões 62,5% maior do que os R$ 71,4 milhões registrados em mesmo período da safra 2007/08.